Berço da industrialização do país e da classe trabalhadora organizada, Volta Redonda completa nesta segunda-feira (17) 69 anos de emancipação. Como se sabe, até 1954 aquela que viria a se tornar nacionalmente conhecida como a cidade do aço era o 8º distrito de Barra Mansa. A instalação em seu território da Companhia Siderúrgica Nacional fomentou o desejo de emancipação, levado a efeito no dia 17 de julho de 1954.
Quem nasceu no mesmo dia em que a cidade celebra sua independência administrativa comemora em dose dupla. É o caso de Milena Rodrigues, de 19 anos. Estudante de Letras, ela não esconde a alegria de fazer aniversário junto com a cidade onde nasceu.
“Comemorar o meu aniversário junto com Volta Redonda é incrível. Sempre que posso participo das festas. Tenho aprendido muito com a história de Volta Redonda. Tenho sonhos e já estou realizando alguns. Desejo que a cidade continue crescendo e melhorando cada vez mais”, afirma a universitária, residente em Santa Rita do Zarur.
Esta alegria se dá em dose dupla para Ana Paula Cambraia Pereira Moreira e Ana Lúcia Cambraia Pereira Almeida, de 47 anos. Gêmeas, elas nasceram em 17 de julho de 1976. As irmãs – Ana Paula mora no Village Santa Helena e Ana Lúcia no Aterrado –, são filhas de Manuel Fonseca, falecido recentemente, que abriu um dos restaurantes mais tradicionais de Volta Redonda, o Luso Brasileiro, na Vila Santa Cecília. Elas hoje cuidam do estabelecimento.
“Deixo aqui minha homenagem a Volta Redonda, que carrega tanta história bonita e tradição. Quando Volta Redonda fazia 22 anos eu e a minha irmã nascemos. Motivos a mais para que o dia 17 de julho seja uma data muito especial”, diz Ana Paula. Sandra Rodrigues é professora de inglês e português. Aposentada, ela reside até hoje no Conforto. Lembra ter ouvido da mãe que, quando nasceu, no extinto Hospital Santa Margarida, no bairro Niterói, o médico que acompanhou o parto logo saudou o fato de que ela comemoraria seu aniversário junto com sua cidade natal. “Sinto-me muito honrada de ser cidadão voltarredondense. Amo a minha cidade. Foi onde me formei, cursei três faculdades e lecionei. Contribui muito para a educação de Volta Redonda como professora”, diz Sandra, que vai comemorar os 57 anos.
Ela lecionou em diversas escolas municipais, como Getúlio Vargas, Delce Horta e Jiulio Caruso. Hoje, ao mesmo tempo em que exalta a história da cidade, não esconde preocupações com o presente e futuro de sua terra: “Volta Redonda passa por um momento muito difícil com a grave poluição, isso nos entristece muito. Oro e desejo que Volta Redonda volte a ser mais limpa. Espero também que espaços como Recreio do Trabalhador, o Centro de Puericultura e Escritório Central [todos da Companhia Siderúrgica Nacional] voltem a servir ao povo. Em Deus espero que a nossa cidade também valorize os trabalhadores, que tanto fazem pela cidade. Sonho com uma Volta Redonda melhor para nossos filhos e netos”. (Fotos: Divulgação)