As cem alunas inscritas no ‘Mulheres Mãos à Obra’ participaram na manhã desta terça-feira (8), da aula inaugural do projeto, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. As aulas começam nesta quarta-feira (9). A iniciativa é uma realização da prefeitura de Volta Redonda, através de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) e a Fundação Educacional de Volta Redonda (FEVRE).
O objetivo do ‘Mulheres Mãos à Obra’ é oferecer cursos gratuitos na área de construção civil para mulheres, valorizando e ampliando as oportunidades para que elas possam ingressar no mercado de trabalho. Durante os cursos, destinados a mulheres acima de 18 anos, as participantes receberão vale-transporte e alimentação. O curso tem duração de três meses, com certificação emitida pela FEVRE.
Entre os cursos oferecidos estão os de pedreira predial, eletricista predial, bombeira hidráulica, pintura, pedreira de acabamento e revestimento. As aulas serão realizadas no Centro de Qualificação Profissional Aristides de Souza Moreira (CQP), no bairro Aero Clube, nos turnos da manhã (das 8h às 12h) e noite (das 18h às 22h), durante três meses.
Maria Júlia Marques, que participou no ano passado dos cursos de pedreira e pintura, estava na aula inaugural para contar para as novas alunas como esse projeto mudou a sua vida.
“Sempre gostei dessa área da construção civil e meu sonho era aprender as técnicas para fazer tudo com segurança. Hoje faço parte da equipe da manutenção da Secretaria Municipal de Educação, e sou uma das responsáveis em executar a pintura nas escolas da Rede Municipal. Esse projeto mudou, de fato, a minha vida e estou muito feliz com isso”, disse Maria Júlia.
Já Caroline Borges da Costa, 28 anos, moradora do bairro Belo Horizonte, está iniciando o curso e ansiosa para aprender. “Meu pai é pedreiro há muitos anos e cresci nesse meio, ajudando ele a comprar materiais. Sempre admirei o trabalho dele e acho muito interessante uma mulher trabalhar nessa área. Foi isso que me motivou a fazer o curso. Como atualmente não tenho condições de fazer uma faculdade de Engenharia, fui buscar o que tenho ao meu alcance. Vou começar por esse curso e quem sabe mais a frente, não me torno uma engenheira?”, disse a aluna.
A secretária municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH), Glória Amorim, destaca que a aula inaugural é umas das ações da administração municipal programada para esse 8 de março, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher.
“Estamos rompendo culturalmente com essa injustiça que a mulher sempre sofreu de que profissões ligadas à construção civil só podem ser ocupadas por homens. Somos pioneiras na inserção das mulheres nessa área. Desde 2017 estamos nesse processo e mostrando que a mulher também pode ser uma boa profissional na área da construção civil. Quero parabenizar, especialmente nesse dia, todas as mulheres que buscam uma profissão”, falou a secretária.
Ampliação das vagas
Durante a aula inaugural, a secretária municipal de Educação e diretora-presidente da Fundação Educacional de Volta Redonda, Therezinha dos Santos Gonçalves, a Tête, anunciou a ampliação de mais 43 vagas para os cursos, devido à grande procura.
“Tivemos 176 mulheres inscritas nos cursos e queríamos atender a todas. Fizemos um estudo e verificamos que, de acordo com a nossa estrutura pedagógica, poderíamos aumentar em mais 43 vagas. Com isso, vamos beneficiar novas alunas. Fico muito feliz em participar de um governo que se preocupa com a qualidade de vida da população e procura oferecer oportunidades para as pessoas que precisam. E poder contar com três mulheres que fizeram o curso e hoje atuam na manutenção das nossas escolas é motivo de muito orgulho”, disse Tetê.
O projeto
Criado em 2011, o projeto estava inativo nos últimos anos e é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Idosos e Direitos Humanos (SMIDH) em parceria com a FEVRE (Fundação Educacional de Volta Redonda). No passado, o curso foi oferecido principalmente para mulheres do bairro Roma.
A ideia surgiu de uma reunião realizada no bairro Roma em que as mulheres solicitavam cursos profissionalizantes na área da construção civil. No ano passado, com a retomada do projeto, mais de 100 mulheres foram capacitadas.