Uma professora da Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, em Valença, foi ferida com uma faca, na manhã desta segunda-feira (21). A escola fica no bairro de Aparecida. A professora foi ferida superficialmente, segundo a Polícia Militar. Ela foi atendida pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a prefeitura de Valença, a estudante – que não teve a idade informada – vinha recebendo acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Ela foi contida por um monitor, segundo a prefeitura, o que foi confirmado pelo Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) de Valença.
Segundo a nota divulgada pelo governo municipal, o fato ocorreu por volta das 8h30min. A aluna frequenta o 7º ano da escola. A Polícia Militar e o Conselho Tutelar foram acionados. O caso ainda estava sendo registrado na delegacia de Valença no momento desta publicação.
“A Secretaria Municipal de Educação já iniciou as ações de apoio psicológico a ambas, bem como ações de apoio psicológico aos funcionários da Unidade Escolar e aos alunos da Unidade Escolar serão implementadas a partir de amanhã. Por fim, a Secretaria [Municipal de Educação] informa que disponibilizará todo apoio necessário as famílias de todos os envolvidos”. Já o Sepe também divulgou nota, na qual afirma que o fato deve ser tratado sem incentivo a discursos de ódio, mas acrescentando que ações deste tipo estariam sendo reincidentes na rede pública.
“Na manhã desta segunda-feira, 21 de outubro de dois mil e vinte e quatro, uma aluna menor de idade foi bloqueada pelo monitor de inclusão ante a tentativa de prosseguir com uma faca junto a professora na Escola Municipal Nossa Senhora da Aparecida. Cabe o ressalte que a presente turma citada se encontra superlotada e a aluna exige acompanhamento cotidiano. Nesse sentido, devemos observar tal situação sob um prisma técnico e não norteado por quaisquer discursos que propague o ódio ou raiva, ou seja, respondendo ‘violência’ com mais violência e medo, afinal estamos falando de uma ação que vem se reincidindo na rede municipal. Conclui-se que a ausência flagrante do poder público, seja com o desrespeito a Lei 13.935/2019 (que trata da presença de psicólogo e assistentes sociais na rede básica, fundamental par acompanhamento de alunos), a falta de uma formação de médio e longo prazo, que debata violência nas unidades com profissionais e alunos, salas de aula superlotadas, falta de monitores de inclusão face ao aumento de alunos atípicos, são algumas das variáveis evidentes que permitem situações como essa.
A necessidade do concurso e reestruturação das unidades com novos prédios e reformas se torna urgente, assim como a escuta dos profissionais da educação, abandonados pelo poder público e alvo de regras verticais, sem compreensão do cotidiano nas instituições escolares. O Sepe se solidariza e se coloca à disposição de imediato a professora afetada pela situação citada e o monitor que agiu na defesa solidária de sua companheira de categoria. Estamos num contexto que é nós por nós, ante a desfiguração do setor educacional. Nos solidarizamos também a toda comunidade escolar impactada por mais esse negativo evento na unidade”. (Fotos: Sandro Barra)