O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, esteve na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) da Indústrias Nucleares do Brasil – INB, em Resende, nesta sexta-feira (29), para a solenidade de inauguração da 8ª cascata de ultracentrífugas de enriquecimento de urânio. Na ocasião, Bolsonaro visitou a usina de enriquecimento juntamente com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, o presidente da INB Carlos Freire e outras autoridades do Governo Federal e da Marinha do Brasil.
O ministro de Minas e Energia falou sobre a representatividade do evento, que, para ele, significa reconhecer o acerto de uma política de estado estabelecida há 40 anos relacionada ao domínio do ciclo do combustível nuclear. Durante seu discurso, Albuquerque anunciou a liberação de R$20 milhões para que a INB finalize a partir de 2020, a nona e décima cascatas. O ministro disse ainda que a INB deve retomar a produção de urânio em 2020, com possível abertura para participação privada. “Nesse mesmo rumo são louváveis os esforços da INB para se tornar uma empresa independente do Tesouro Nacional, o que certamente trará mais agilidade e eficiência para o empreendimento”, enfatizou.
Para o comandante da Marinha, Almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, o planejamento iniciado há mais de trinta anos foi fundamental para produzir resultados como o enriquecimento de urânio feito no Brasil. “Vamos navegar com toda força no caminho da autonomia da produção do combustível nuclear, diminuindo a dependência externa e produzindo assim um insumo de alto valor agregado”, disse.
O presidente da INB, Carlos Freire, agradeceu o apoio do Governo Federal ao setor nuclear, demonstrado através da presença dos ministros e do presidente Bolsonaro. ”Um dia histórico para INB. Para mim é duplamente especial, pois estive na inauguração da primeira cascata como diretor e agora participo como presidente, confirmando que estamos avançando de forma gradual, eficiente e planejada”. Freire também falou sobre a importância de parcerias como a do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e enalteceu a participação dos empregados da empresa. “Essa conquista é motivo de orgulho para todos nós brasileiros”, disse.
EVOLUÇÃO- Com a entrada em operação da 8ª cascata, a INB aumentará em 20% a produção de urânio enriquecido no país, sendo possível produzir 60% do necessário para abastecer a Usina Nuclear de Angra 1. Em 2019, o Governo Federal investiu R$ 18 milhões no projeto. Com o aumento da produção, a INB somará o equivalente a R$ 6 milhões de economia de divisas ao montante de R$ 36 milhões anuais já economizados com a produção das sete cascatas em funcionamento. A cada avanço na ampliação da Usina de Enriquecimento de Urânio, a INB reduz a necessidade de comprar urânio enriquecido no exterior para a produção de combustível para as usinas nucleares nacionais.
PROJETO- A inauguração faz parte da primeira fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, um projeto em parceria com a Marinha do Brasil, que visa a instalação de dez cascatas de ultracentrífugas. Previsto para ser concluído em 2021, ao final, o projeto atenderá 80% da demanda de Angra 1. A 9ª cascata está com parte da estrutura pronta, aguardando instalação da ultracentrífuga pela Marinha. A previsão é que seja inaugurada no final de 2020.
O Brasil faz parte de um seleto grupo de 12 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção. São eles: Estados Unidos, China, França, Japão, Paquistão, Rússia, Holanda, Índia, Irã, Alemanha e Inglaterra.
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