A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro realizam na manhã desta segunda-feira (28) uma operação contra um desvio milionário de recursos da saúde do município do Rio. O principal alvo é a Fundação Bio-Rio, que fica na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.
Segundo o Ministério Público, a operação visa cumprir 27 mandados de busca e apreensão em endereços de ex-presidentes, diretores, administradores e funcionários da Fundação Bio-Rio, do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS) e de outras empresas vinculadas à fundação. De acordo com as investigações, a Prefeitura do Rio firmou, entre 2014 e 2015 seis contratos para a gestão de programas de capacitação de médicos em unidades hospitalares, por meio de cursos de pós-graduação no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Para a realização do trabalho, não havia nenhuma previsão de lucros ou receitas para a Bio-Rio. Os seis contratos somados totalizavam quase 190 milhões de reais. Para a Bio-Rio, foram repassados efetivamente 87 milhões de reais. De acordo com as investigações, mais de R$ 6 milhões desse montante foram desviados ao longo de dois anos de execução dos contratos. Para desviar os recursos, a fundação teria criado uma “taxa de administração” dos contratos. De acordo com o MP-RJ, além de não informada ao município, essa taxa era ilegal.
Segundo os investigadores, a Prefeitura do Rio não é alvo da investigação. O poder municipal identificou a cobrança, que é ilegal. São dez investigados, entre eles o presidente da Bio-Rio, Antônio Paes de Carvalho. A decisão da Justiça determinou que todos os que estejam sendo investigados no caso usem tornozeleiras eletrônicas e entreguem os passaportes.