Em um mundo onde a inclusão social ainda é um desafio, iniciativas como o Projeto Beneficiários da Justiça, realizado pela Central de Pena e Medidas Alternativas (CPMA) em parceria com a Fundação Oswaldo Aranha (FOA), destacam-se por oferecerem novas oportunidades a pessoas que buscam um recomeço. Desde 2012, o projeto recebe voluntariamente indivíduos que cometeram infrações leves, permitindo que eles ressignifiquem seus papéis na sociedade por meio de trabalhos comunitários e sociais.
Os participantes são designados para atividades diversas no Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), incluindo serviços gerais, manutenção e até funções especializadas, dependendo de suas habilidades. Segundo o professor do curso de Educação Física Otávio Barreiros Mithidieri, responsável pelo projeto na FOA, a experiência tem sido positiva tanto para os beneficiários quanto para a instituição. “O UniFOA é um ambiente acolhedor, e nossos funcionários têm sido muito receptivos. Esse apoio cria um espaço de pertencimento e respeito, essencial para o sucesso do projeto”, afirma.
Para muitos beneficiários, o projeto é mais que uma alternativa diferente de cumprir sua pena, mas uma oportunidade real de recomeçar e reconstruir suas vidas. Essa transformação é possibilitada pelo acolhimento de uma instituição que enxerga potencial onde outros veem erro.
“Participar do projeto me fez enxergar as coisas de outra forma. Aprendi que nem tudo se resolve com ignorância; é possível lidar com os desafios de maneira diferente, com calma e respeito. O que mais me marcou foi o tratamento das pessoas no campus. Todos me receberam com humanidade e respeito, o que fez toda a diferença nesse período da minha vida”, relata Jervando Lui, um dos beneficiários, cujo depoimento reflete o impacto dessa iniciativa.
Desde sua criação, 83 pessoas já passaram pelo projeto no UniFOA, e 10% delas foram contratadas para o quadro de funcionários da instituição. “É incrível ver a dedicação e o talento desses beneficiários. Para muitos, é uma oportunidade de mostrar o que é capaz e construir um futuro melhor”, destaca Mithidieri.
Na última dia segunda-feira, 2, Alvino Robson de Almeida Rosa, representante da CPMA, esteve no UniFOA para reforçou a importância do projeto e renovou as expectativas de continuidade dessa parceria. “Nosso objetivo é fornecer mais do que uma alternativa à pena: queremos oferecer um caminho para a ressocialização, onde essas pessoas possam resgatar sua autoestima e criar novas possibilidades de vida”, destacou Alvino Robson.
Para além dos números, a verdadeira força do projeto está nas histórias de superação e nas redes criadas. Muitos beneficiários chegam ao UniFOA inseguros sobre como serão recebidos, mas saem com uma nova visão sobre si mesmos e sobre como podem contribuir para a sociedade. A cada ciclo, o projeto reafirma seu compromisso com a inclusão, a cidadania e a transformação social, mostrando que todos têm o potencial de recomeçar. (Foto: UniFOA)