Policiais de Barra do Piraí estão participando nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, do chamado “Dia D” da Operação Átria. Trata-se de uma iniciativa nacional destinada a combater os crimes praticados contra mulheres, em decorrência do gênero. A ação se estenderá por todo o mês de março e abrangerá uma série de atividades, incluindo medidas preventivas, palestras, ações sociais, checagem de denúncias e cumprimento de mandados de prisão. O delegado titular de Barra do Piraí, Antonio Furtado, pretende utilizar a data como uma oportunidade para realizar uma avaliação preliminar das ações em andamento.
Furtado comentou sobre alguns dados alarmantes revelados pelo relatório “Elas Vivem: liberdade de ser e viver”, da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado na quinta-feira (7). Os dados mostram que a violência contra mulheres no estado do Rio de Janeiro quase dobrou em quatro anos. O policial alertou que, entre 2020 e 2023, houve um aumento de mais de 95% no total de casos de violência contra mulheres, saltando de 318 em 2020 para 621 em 2023.
De acordo com o delegado, os casos de estupro cresceram “assustadores 134%” no período. “Analisando 2023, foram contabilizados 256 casos de tentativa de feminicídio e 99 casos de feminicídio consumados no estado. E as vítimas, negras em sua maioria, têm entre 18 e 29 anos. Nunca será demais falar sobre esse tema. Sempre penso que vidas podem ser salvas se as mulheres conhecessem mais sobre redes de apoio e formas de interromper esse ciclo de violência. É possível transformar essa realidade, mas precisamos apoiá-las”, frisou o delegado.
Furtado enfatizou que a Operação Átria, cujo nome faz referência à estrela principal da constelação “Triângulo Austral” e à bandeira do Brasil, visa reposicionar as mulheres agredidas, retirando-as da condição de vítimas e as devolvendo “ao seu lugar de direito na sociedade”.
– Precisamos nos unir e combater esse cenário devastador, garantindo a segurança e o respeito às mulheres em nosso estado e em todo o país. A operação Átria é um passo importante nessa direção, e estamos empenhados em fazer a diferença. Já realizamos prisões importantes e o trabalho segue. É bom que homens covardes e agressores estejam cientes de que não vamos medir esforços para colocá-los na cadeia”, acrescentou o delegado.