A sexta-feira (29) começou com a política em ebulição no Governo do Estado do Rio: o governador Wilson Witzel exonerou, de uma só vez, o secretário da Casa Civil, André Moura, e o secretário de Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho. A publicação saiu em edição extra do Diário Oficial na noite da quinta-feira (28) e não leva o tradicional “a pedido”, isto é, quando o servidor deixa o cargo por vontade própria. Tanto André Moura quanto Luiz Claudio foram surpreendidos com as publicações no Diário Oficial.
Foi a terceira baixa no secretariado, ocorrida no mesmo dia: investigado por desvios na saúde, Edmar Santos pediu demissão à tarde. Ele pediu a exoneração após a Justiça suspender sua nomeação para a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento da Covid-19. Antes deste cargo, Edmar Santos comandava a secretaria de Saúde, que nas últimas semanas virou alvo de investigação de superfaturamentos e fraudes em licitação. Sem o cargo, e investigado por desvio de recursos públicos, Edmar Santos perde o foro privilegiado.
Um interlocutor do núcleo do governador explicou as trocas publicadas no Diário Oficial, na noite passada:
— Com relação ao André Moura, havia insatisfação quanto ao trato do secretário junto à Assembleia Legislativa. Como articulador, ele não estava se impondo junto ao presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), para defender o governo — diz. No lugar de Moura, foi nomeado o procurador do estado Raul Teixeira.
Segundo a mesma fonte, Wilson Witzel também estava insatisfeito com secretário de Fazenda:
— Já com relação ao Luiz Claudio, o sentimento é de que o trabalho à frente da secretaria poderia ter sido melhor e de que o momento exige um economista como o Guilherme Mercês. Na gestão do Luiz Claudio, foram implementadas poucas medidas para aumento de receita — disse.
Guilherme Mercês é idealizador e coordenador do Índice Firjan de Gestão Fiscal e ocupava o posto de subsecretário de Lucas Tristão, que comanda a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais. Guilherme Mercês terá a missão de contornar a brutal queda de arrecadação durante a pandemia. Luiz Claudio, que já foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, chegou a participar de uma reunião, no dia passado, no Palácio Guanabara, para tratar do plano de reabertura do comércio.
Nos bastidores, comenta-se que a saída de André Moura representa uma vitória para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, com quem Moura tem divergências. Lucas Tristão é um dos mais próximos secretários do Governador.
Os secretários exonerados, ainda não foram encontrados pela imprensa. Também a assessoria de imprensa do governador Wilson Witzel não divulgou um posicionamento oficial do Palácio Guanabara.
Segundo a colunista Berenice Seara, do jornal Extra, os próximos a serem demitidos serão os secretários Leonardo Rodrigues (Ciência e Tecnologia) e Felipe Bornier (Esporte).
Foto – Divulgação