Ione Máximo dos Santos, de 47 anos, encontrada morta dentro de uma geladeira, dentro da própria residência, no último sábado (28), no bairro Vera Cruz, em Miguel Pereira, já havia sido ameaçada pelo principal suspeito de envolvimento em sua morte. Em dezembro de 2018, Ione registrou queixa na delegacia de polícia de Campo Grande, baseada na Lei Maria da Penha, pedindo medidas protetivas contra Luan Nilton Martins, de 30 anos, com quem conviveu por algum tempo. Após a queixa, ela teria voltado a conviver com o suspeito.
Luan foi morto ao trocar tiros com a Polícia Militar de São Paulo, um dia após a pastora ter sido vista com vida pela última vez. Ione estava desaparecida desde a terça-feira (24). Um dia depois, Luan se envolveu num acidente quando dirigia o carro da vítima, na Avenida Marechal Rondon, na cidade paulista de Aparecida de São Manoel. Quatro PMs que voltavam de um curso, em Bauru, pararam uma patrulha para socorrer os envolvidos na batida.
Ao ser abordado pelos policiais, Luan tomou a arma de um tenente e o matou a tiros. Ele ainda baleou um capitão até ser ferido e morto numa troca tiros com um soldado que acompanhava os dois oficiais.
No mesmo dia, a polícia de São Paulo entrou em contato com o Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), no Rio de Janeiro, para tentar saber informações sobre Luan Nilton Martins.
— Descobrimos que ele já havia ameaçado a pastora no fim de 2018 . E que já tinha passagens por crimes de assalto e porte ilegal de arma de calibre restrito, ambos ocorridos em 2011. A PM de São Paulo nos informou que a carteira de habilitação da pastora estava dentro do carro utilizado pelo Luan. Entramos em contato com um irmão da vítima, que estava em São Paulo, e perguntamos por Ione. Ele contou que a pastora estava desaparecida e nós o aconselhamos a ir até a casa dela saber se ela estava bem — disse o comissário Daniel Gomes, do DGHPP.
No último sábado, o irmão de Ione foi até a casa da irmã, que fica na Zona Rural de Miguel Pereira. Ele pediu ajuda de vizinhos para entrar no imóvel e acabou encontrando o corpo da da juíza de paz que estava amordaçada numa geladeira. O eletrodoméstico estava com a porta virada para a parede. O irmão de Yone ligou para policiais do 10º BPM (Barra do Piraí) que comunicaram o caso à 96ª DP (Miguel Pereira).
Após exame cadavérico, na manhã desta terça-feira (1), foi confirmado que Ione morreu por estrangulamento.