Um adolescente de 17 anos foi apreendido na segunda-feira (21) suspeito de lesão corporal e ameaça contra uma cuidadora do abrigo onde ele residia desde agosto no bairro Muqueca, em Barra do Piraí. A ação foi realizada por policiais civis da 88ª DP e, segundo relatos, o menor estaria causando episódios de conflito e desordem desde que chegou ao local.
Segundo a Polícia Civil, no mais recente incidente, uma cuidadora de 29 anos estava prestes a iniciar a exibição de um desenho para uma criança na televisão, quando o jovem se aproximou exigindo assistir a um filme. A situação se agravou quando o adolescente tentou tomar o controle remoto à força, resultando em uma lesão corporal que deixou a cuidadora com marcas visíveis no braço da mulher. O laudo de corpo de delito confirmou a agressão.
O caso exigiu a intervenção de outra funcionária do abrigo, que separou os dois e testemunhou o adolescente xingando e ameaçando a cuidadora. Os envolvidos foram conduzidos à 88ª para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
Agressões anteriores, conforme depoimentos de funcionários e abrigados, descrevem um quadro alarmante do comportamento do adolescente. Entre os episódios relatados, o jovem teria dado chineladas em uma criança de 7 anos e empurrado outra, de 10 anos, causando sua queda de uma cadeira, além de ameaçar espancar outra cuidadora com um rodo. No dia 18 deste mês, uma discussão resultou em agressão física a uma jovem de 16 anos, com um soco no seio e o arremesso de uma cadeira de madeira que a atingiu na mão. A vítima relatou ter ficado trancada em seu quarto por dois dias, apavorada com a possibilidade de novos ataques.
Em seu depoimento à 88ª DP, o adolescente infrator revelou não sentir medo da polícia e afirmou ser membro de uma facção criminosa. Registros mostram que ele já possui um histórico de atos infracionais, incluindo tráfico de drogas, furtos, ameaça, lesão corporal e posse de drogas, apesar de ter apenas 17 anos.
O delegado titular da 88ª DP, Antonio Furtado, enfatizou a gravidade das ações do adolescente e a necessidade de uma medida socioeducativa adequada.
– Decidi por apreender o adolescente para evitar que o abrigo municipal se tornasse um inferno. Não vejo outro caminho a não ser uma internação no Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), no bairro Roma, em Volta Redonda, visto que ele é claramente um risco diante de tudo que fez. Agimos para preservar o princípio da proteção integral de todas as crianças e adolescentes no abrigo. Hoje, dia 22, a Justiça da Infância e Juventude tomará a decisão sobre a condução do caso e a medida socioeducativa apropriada. – concluiu.