A menina de 6 anos agredida em Porto Real pela própria mãe e a madrasta apanhou durante todo o fim de semana por ter aberto duas caixas de leite. A informação foi confirmada pela mãe da madrasta, de 50 anos. A menina, que foi atendida inicialmente no hospital municipal de Porto Real, foi transferida para o Hospital de Emergência em Resende e, posteriormente, para o hospital pediátrico do Samer, na mesma cidade. O estado dela é grave.
Em entrevista ao jornal O Dia, a mulher contou que o namoro entre as duas suspeitas, presas em flagrante, começou pela internet. Elas passaram a morar juntas em Porto Real, para onde a mãe se mudou com a criança em julho do ano passado. De acordo com a mãe de uma das presas, no início a madrasta gostava da criança, que até pegava no colo. “Mas agora ela perdia a paciência”, disse na entrevista ao jornal carioca.
Ainda de acordo com a mãe da suspeita, o fato de a menina ter aberto as caixas de leite, na sexta-feira (16), desencadeou a violência. Segundo ela, a mãe da criança chegou a corrigir a filha, mas sua companheira passou a agredir a menor de forma descontrolada.
A madrasta, conforme o relato, usou um cabo de fibra ótica para bater na menina. “Deu chutes, batia contra a parede. Jogou a menina do barranco de sete metros junto com a mãe. A criança só não foi lá pra baixo porque a mãe dela segurou. Depois disso, ainda bateu mais dentro de casa”, contou a mulher, que, embora não tenha sido presa, deverá responder por omissão, segundo o delegado de Porto Real, Marcelo Nunes Ribeiro. As duas mulheres presas foram indiciadas por crime de tortura, cuja pena varia de dois a oito anos de prisão.
A mulher alegou não ter denunciado o caso por medo da filha. Disse que já tinha sido agredida por ela. A suspeita também, segundo ela, já havia agredido a avó, de 86 anos. O delegado de Porto Real confirmou que a madrasta tem passagem na polícia por lesão corporal e dano ao patrimônio público.
Na entrevista ao jornal carioca, a mãe da madrasta disse ainda que, naquele fim de semana, o temperamento de sua filha mudava sem motivo, fazendo a criança apanhar novamente, inclusive com um pedaço de pau. Ela confirmou que a mãe da menina participou dos atos de violência.
Somente na manhã de segunda-feira, a mãe da criança chamou o Samu. “Ela [a criança] estava mal, não falava, com o olho meio aberto. Muito mole. Com várias marcas na barriga e nas costas”, disse ela ao jornal carioca.
Segundo a reportagem, a casa que se transformou no palco de terror para a criança, no Jardim das Acácias, é simples, com de três quartos, cozinha e banheiro. A cama da menina era improvisada em um colchão no chão. (Foto: Divulgação)