Em tempos de pandemia, quando o Brasil se envolve numa luta interminável contra a propagação do novo coronavírus, Volta Redonda enfrenta uma polêmica na área da saúde: médicos se manifestam contra a falta de material básico e até de medicamentos no Hospital São João Batista, o melhor e mais importante hospital público do interior do Estado do Rio.
O caso tornou-se público na noite da quinta-feira (23), nas redes sociais. Um grupo do aplicativo WhatsApp denominado: “TERCEIRO CLÍNICO PSA HSJB” está cheio de pedidos de demissão, a partir de primeiro de agosto. Pelo menos 12 médicos – segundo o que foi dito no grupo – pretendem abrir mão dos plantões que fazem na unidade, alegando falta de condições de trabalho.
Os chamados “terceiros clínicos” estariam pedindo demissão reclamando que são muitos os problemas gerados pela inércia administrativa da Organização Social que administra a unidade. “Falta de insumos, falta de materiais, salário defasado, atrasos enormes de salário e principalmente um setor UTI COVID pelos quais os terceiros clínicos estão responsáveis, sobrecarregando a função dos profissionais”, reclamou um deles no grupo, alegando que esses seriam os motivos das demissões.
Ainda segundo o que foi divulgado, a situação é grave. Faltariam insumos básicos como novalgina e fio para sutura. Cirurgias teriam sido suspensas por falta de medicamentos, contou um dos profissionais.
“Após muito pensarmos, refletirmos e alinharmos nossas ideias chegamos a um ponto final nessa história. Apesar de amarmos o Hospital São João Batista, no momento tornou-se estruturalmente inviável, sobrecarregado e financeiramente ruim manter nossa função de terceiro clínico. Sendo assim, estamos saindo de nossos plantões, deixando-os à disposição do PSA a partir de agosto”, falou outro profissional.
Durante uma reunião entre os médicos o diretor da unidade, houve o questionamento em relação à UTI COVID instalada no local, em que os terceiros clínicos tem que se desdobrar para atender aos pacientes. A unidade foi instalada, com poucos recursos materiais e sem o material humano necessário, segundo os médicos. Os profissionais afirmam que “desse jeito não tem como funcionar”.
O INFORMA CIDADE fez contato com a Secretaria de Comunicação (SECOM) da Prefeitura Municipal de Volta Redonda, questionando o que foi divulgado. Segundo a SECOM, as demissões ainda não ocorreram e o diretor da unidade tem mantido diálogo com os médicos.
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