Instituições de Ensino Superior do Sul Fluminense estão juntas numa ação de combate à violência contra a mulher. O movimento “Unidas por todas” reúne Associações, Centros Universitários, Institutos e Universidades que deixaram a concorrência de lado e se mobilizaram para atuar juntas em prol de um mundo mais justo, livre e igual para as mulheres. A ação fomenta o debate, reforça quais são as formas de violência contra a mulher, promove canais de denúncia e dá voz a quem não pode ser calada: a mulher.
Ao todo, 13 instituições das cidades de Barra do Piraí, Barra Mansa, Miguel Pereira, Pinheiral, Resende, Valença, Vassouras e Volta Redonda estão unidas nesta ação. São elas: Associação Educacional Dom Bosco, CEFET – Campus Valença, UBM – Centro Universitário de Barra Mansa, UNIFAA – Centro Universitário de Valença, UNIFOA – Centro Universitário de Volta Redonda, UGB – Centro Universitário Geraldo Di Biase, Faculdade de Miguel Pereira, FASF – Faculdade Sul Fluminense, ICT – Instituto de Cultura e Técnica, Instituto Federal – Campus Volta Redonda, Instituto Federal – Campus Pinheiral, Universidade de Vassouras e UFF – Universidade Federal Fluminense (Volta Redonda).
A campanha possui uma página exclusiva (unidasportodas.com.br), onde são divulgadas cartilhas, leis, canais de denúncia e vídeos e na qual serão promovidas palestras e ações sobre o tema ao longo dos meses. O próximo evento será a live “Violência contra as mulheres e o ápice do feminicídio”, com a Dra. Cândida Cristina Coelho Ferreira Magalhães, que é atuante há mais de 10 anos no enfrentamento a violência doméstica e finalista do Prêmio Nacional Viva 2020 como uma das três líderes mais operantes no enfrentamento à violência contra mulheres e meninas no Brasil. O evento acontece nesta quinta-feira (17), às 19 horas. As inscrições podem ser realizadas no site da campanha.
Carta aberta à sociedade
As instituições participantes do movimento “Unidas por todas” assinam juntas uma carta aberta à sociedade, na qual afirmam estar de luto por Mayara Pereira de Oliveira Fernandes, mantida refém e assassinada pelo namorado, um policial militar, no dia 27/12/2020.
“Não é fácil saber o que falar, ou fazer, em um momento de dor.
Mas de uma coisa temos certeza: precisamos falar e fazer agora.
Ecoa em cada um de nós a pergunta: até quando?
Até quando mulheres serão tratadas como posse?
Até quando elas terão seus direitos retirados?
Até quando as mulheres serão oprimidas, agredidas e assassinadas?
É preciso falar, agir… TRANSFORMAR!
Sempre acreditamos na Instituição de Ensino Superior como agente transformador.
E agora não seria diferente. A transformação nasce da informação, do debate, da ação.
Estamos de luto por Mayara, e também por ela queremos convidar a todos a colocar em pauta o feminicídio. Fortalecidos em rede, vamos levar a mais e mais pessoas a conscientização da sociedade que queremos?
Por um mundo mais justo, livre e igual para as mulheres.
#pormayaraparamayara”
Alguns dados da violência contra a mulher
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial do feminicídio. Além disso, dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020 mostram que 1.326 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil em 2019. Um aumento de 195% em relação a 2015, quando foram registrados 449 casos de feminicídio.
E os dados assustadores do Anuário de 2020 não param por aí: 498.597 mulheres registraram ter recebido ameaças, 266.310 relataram lesão corporal dolosa (quando há intenção de agredir) e 66.120 casos de estupro e estupro de vulnerável foram reportados.
É importante ressaltar que violência contra a mulher não se limita à agressão física e ao feminicídio. Também são formas de violência a desqualificação intelectual, coerção, agressões psicológicas, assédio sexual e muitas outras formas de repressão de violência.