O delegado de Polícia Federal em Volta Redonda, Pedro Paulo Simão da Rocha, que coordena a Operação Skal, deflagrada nesta quarta-feira (15) para apurar o suposto desvio de recursos federais na saúde pública de Barra do Piraí, afirmou em entrevista à TV Rio Sul, afiliada da Rede Globo, que hospitais da cidade pagaram por serviços que “não foram devidamente realizados”. Segundo ele, o inquérito foi aberto no ano passado, a partir de informações do Ministério Público Federal (MPF), resultando na expedição, pela Justiça Federal, de quatro mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.
Até o momento desta publicação, no entanto, a PF não havia informado quantas prisões foram efetuadas, alegando que o caso está sob segredo de justiça. O delegado disse que R$ 32 mil em espécie foram apreendidos na casa de um dos alvos, na Baixada Fluminense. Uma motocicleta também foi apreendida.
Ao longo da investigação, de acordo com a PF, ficou comprovado que servidores de Barra do Piraí atuavam em conjunto com empresas para o desvio de recursos destinados à área de saúde, principalmente por meio de hospitais privados que atendem à população por meio de convênios com o Poder Público. A PF se limitou a informar que, entre os investigados, estão “servidores do alto escalão” da Secretaria de Saúde de Barra do Piraí e agentes dos principais hospitais conveniados locais, além de empresas de outras regiões do estado.
Pedro Paulo disse ainda que a investigação, sigilosa, contou com escutas telefônicas e quebra de sigilos bancários e telemáticos autorizados pela Justiça. Segundo ele, a partir da operação Skal, a investigação deve ter desdobramentos. A prefeitura de Barra do Piraí emitiu nota na qual se diz confiante na Justiça e na equipe de sua Secretaria de Saúde. Afirma ainda que a Justiça e o MPF podem ter “cometido um equívoco, alegando que existentes registros e planilhas “que comprovam a regularidade das obras, feitas com baixo custo e que mudaram a realidade da saúde municipal”.
De acordo com o que foi publicado, a prefeitura aguarda o desenrolar dos fatos e vai afastar, como medida protocolar, os agentes supostamente envolvidos, até que se concluam as investigações. Ratifica que confia no trabalho das instituições de fiscalização e, confirmado o envolvimento neste episódio, os envolvidos serão punidos com o rigor da lei”.
Diz a nota também que não houve qualquer pedido para explicações anteriores sobre tais denúncias, para defesa prévia nos autos processuais. “Além disso, as obras foram realizadas, bem como os repasses feitos de forma transparente e com total lisura e respeito ao erário público”. (Foto: Divulgação)