Os estudantes das escolas Espírito Santo, no Santo Agostinho, e Walmir de Freitas Monteiro, no Santa Rita do Zarur; e do Colégio João XXIII, no Retiro, que integram a rede municipal de ensino de Volta Redonda, vão representar a cidade no Fira World Cup 2024, maior campeonato de robótica do mundo, que será realizado no próximo ano no Brasil – mais exatamente em São Luís, capital do Maranhão. O feito foi obtido pelos alunos das três instituições de ensino que participaram entre quinta-feira (23) e sábado (25) da última semana do Fira Brasil, que aconteceu na cidade cearense de Juazeiro do Norte.
Cada escola teve seu próprio time na Fira Brasil: os Tecnobots representaram a Walmir de Freitas Monteiro; os Thunderbots foram os representantes da Espírito Santo; e os Birdbots foram a equipe do Colégio João XXIII. As três unidades de ensino participaram da categoria U14 e se classificaram para o mundial nas provas de Cabo de Guerra, Cliff Hanger, DRC Explorer e Missão Impossível. A Walmir de Freitas e Espírito Santo também participaram na categoria U19 e conquistaram vagas para a Fira World Cup 2024 nas mesmas provas.
Volta Redonda no pódio
Um dos destaques do time volta-redondense que participou do Fira Brasil foi a equipe Tecnobots, da Escola Municipal Walmir de Freitas Monteiro, única representante de Volta Redonda na prova Cobertura de Mídia. Eles venceram a categoria U19 com o vídeo “Os peregrinos da robótica”, e foram os vice-campeões na categoria U14 com a produção “Os mais fortes do universo”.
Segundo o coordenador do Centro de Mídias Educacionais da Secretaria Municipal de Educação (SME), Felipe Nóbrega, a equipe teve os dois vídeos mais assistidos das duas categorias, com mais de cinco mil visualizações no total.
“Conseguimos graças à campanha feita por toda a comunidade e o bairro, o que nos deu 20 pontos de bônus. Além disso, foram julgados roteiro, edição de som, de imagem e as histórias que eles contaram. Um dos vídeos (‘Os mais fortes do universo’) contava como os estudantes se transformaram em super-heróis a partir do momento em que eles aprenderam robótica, e o outro (‘Os peregrinos da robótica’) era sobre uma peregrinação da robótica para Juazeiro do Norte”, relatou.
A equipe Birdbots, do Colégio João XXIII, também subiu ao pódio do Fira Brasil. Eles ficaram em terceiro lugar na categoria U14 da prova DRC Explorer. A prova consistia em entregar remédios para pacientes que estavam em uma demolição. O robô precisava subir e descer escadas, passar por obstáculos, retirar o remédio da farmácia e entregá-los para os pacientes.
Resultados expressivos
Quanto à avaliação do desempenho do time de Volta Redonda, Felipe destaca que as equipes que participaram de forma efetiva do Fira Brasil foram muito competitivas.
“Todas as seis equipes que representaram o município estavam com chances reais de medalha em todas as categorias – mesmo no Cabo de Guerra e Cliff Hanger, que não foram disputadas devido a problemas técnicos no evento. A nossa parceria com o Sesi (Serviço Social da Indústria) de Volta Redonda se mostrou muito efetiva quando se observava a qualidade da construção e programação dos robôs do nosso município”, afirmou o coordenador do Centro de Mídias.
Felipe Nóbrega disse, ainda, que a classificação para o mundial já no primeiro ano de ação do programa dentro da rede municipal de ensino demonstra que, com as devidas condições, os alunos das escolas municipais podem competir de igual para igual – e até mesmo superar – com estudantes que já tenham uma maior experiência no universo da robótica.
“É muito bacana que um investimento feito pelo município já tenha dado um resultado tão expressivo em tão pouco tempo”, comemorou.
Ampliando horizontes
Ainda que o Fira Brasil seja uma competição, o coordenador do Centro de Mídias Educacionais da SME acredita que mais válido que os troféus e a classificação para o Mundial é a oportunidade de os estudantes vivenciarem o contato com outras culturas e pessoas.
“Com certeza, levar esses adolescentes para outro estado, com suas despesas pagas, trocando experiências com pessoas do Brasil inteiro, foi a experiência mais profunda que já tive em minha vida. Eles conheceram gente de Goiás, Maranhão, Amapá, Rio Grande do Sul, e a partir dessa troca de contatos o mundo deles se ampliou. Como eles mesmos disseram, agora é ‘ao infinito e além’; eles irão aonde desejarem através do estudo. Acho que esse projeto demonstra para eles que vale a pena estudar para conseguir um futuro melhor”, concluiu Felipe.