Empregados da Eletronuclear em Angra dos Reis iniciaram nesta terça-feira (8) uma paralisação por tempo indeterminado para pressionar a estatal a conceder aumento salarial e a recuar no desligamento compulsório de empregados previsto para este ano. A empresa, operadora das usinas Angra 1 e 2, afirmou que foi informada da paralisação na central nuclear e que está adotando “todas as providências necessárias para garantir a operação segura de suas usinas”.
Segundo a empresa, a usina Angra 2 segue operando com plena segurança, sem qualquer impacto nas atividades essenciais. Já a unidade Angra 1 segue normalmente com suas atividades de parada programada para troca de combustível. Disse ainda que o movimento grevista não compromete a segurança das usinas.
“Reitera-se, assim, o compromisso da Eletronuclear com a manutenção das atividades essenciais, em estrita conformidade com os protocolos internos e as normas regulatórias do setor”, informou, em nota.
Empregados da Eletronuclear, que exigem da empresa a assinatura de um acordo coletivo com a categoria, estão se concentrando na porta da unidade. Eles portam faixas e cartazes e usam sistema de som para fazer cobranças à direção, que vem implementando uma série de medidas de cortes de custos e redução de seu quadro devido a um desequilíbrio financeiro.
A estatal nuclear abriu no ano passado um plano de demissão voluntária (PDV), mas apenas 133 empregados aderiram. Como a meta do PDV não foi alcançada, a Eletronuclear decidiu desligar este ano 90 funcionários já aposentados, buscando maior equilíbrio econômico-financeiro.
A Eletronuclear informou que apresentou proposta de acordo com reajuste integral de salários e benefícios pelo IPCA, em percentual de 3,69%. Segundo a empresa, as entidades sindicais condicionam a assinatura do acordo à inclusão de cláusula que lhes dá participação no poder de gestão da companhia.
“Desta forma, a Eletronuclear ficaria obrigada a ter anuência destas entidades para poder modificar normativos internos, o que fere a legislação vigente… e suas próprias regras de governança”, explicou.
“A Eletronuclear reforça que está aberta ao diálogo com as entidades sindicais, tendo mantida sua proposta de acordo com reajuste integral do IPCA para salários e benefícios. A questão segue agora na esfera da Justiça trabalhista e a empresa continua buscando um entendimento, até o momento sem sucesso”. (Foto: TV Brasil / Maurício de Almeida)