A Polícia Civil informou que a criança que teria sido estuprada pelo próprio padrasto, de 19 anos, também pode ter sido afogada pelo suspeito durante o banho pelo homem no bairro Granja Califórnia, em Paty do Alferes. O menino, de apenas 2 anos, chegou a ser levado ao Hospital Municipal Luiz Gonzaga, no bairro Conceição, em Miguel Pereira, mas acabou não resistindo e morrendo na madrugada deste domingo (27). O caso foi registrado pelo delegado titular da 88ª DP, Antonio Furtado, responsável pelo plantão de área durante o fim de semana.
Segundo a Polícia Civil, o crime aconteceu na residência da família e a mãe da criança, de 21 anos, não estava no local no momento do fato, pois havia saído para trabalhar num quiosque em Miguel Pereira. Na tarde de sábado (26), o suspeito levou o enteado desmaiado, nú, molhado e coberto com uma toalha à casa de um vizinho, alegando que ele teria se sujado durante o almoço e colocado para tomar banho sozinho. Segundo as alegações iniciais do suspeito, minutos depois, quando retornou ao banheiro, o menino estava engasgado, se debatendo no chão do box. O vizinho chegou a chamar uma moradora próxima, técnica em enfermagem, para prestar os primeiros socorros à criança, que apresentava sangramento anal.
No hospital, os médicos a diagnosticaram com uma ruptura no intestino reto. Na unidade, o menino chegou a ser submetido à cirurgia, mas após seguidas paradas respiratórias e tentativas de reanimação, acabou não resistindo. Furtado contou que uma testemunha alegou ter visto o padrasto no banheiro com a criança. De acordo com o relato, na boca da vítima havia uma mangueira com a água aberta. Segundo a testemunha, a barriga da criança parecia um “balão”. Para o delegado, o padrasto buscou disfarçar o abuso sexual produzindo um afogamento. Ele acrescentou que aguarda o resultado do laudo de necropsia que apontará a real causa da morte.
O delegado explicou que, neste momento, o preso foi indiciado por estupro de vulnerável com resultado morte, cuja pena máxima é de 30 anos de prisão. No entanto, caso seja confirmado que a morte ocorreu devido à asfixia por afogamento, o somatório das penas pode ultrapassar 40 anos de prisão, devido ao homicídio qualificado praticado contra criança.
– Este caso é brutal e intolerável, já que evidencia o lado mais desumano de uma pessoa, capaz de tudo para escapar das consequências do abuso sexual praticado. Uma criança de apenas 2 anos e 7 meses, completamente indefesa e dependente, abusada por quem deveria a proteger e cuidar. A crueldade e a frieza desse crime são inacreditáveis. Estamos investigando cada detalhe minuciosamente para garantir que a justiça seja feita – concluiu Furtado.