A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que Volta Redonda ultrapassou a marca de dois mil vacinados contra a Covid-19. Até o momento, 2.159 pessoas que fazem parte do grupo prioritário definido pelo Ministério da Saúde já receberam doses da vacina. Nesta primeira etapa, estão sendo vacinados principalmente trabalhadores da saúde que ficam na linha de frente contra o vírus; pessoas institucionalizadas (que residem em asilos – com 60 anos de idade ou mais); pessoas institucionalizadas com deficiência; e cuidadores. Nesta quarta-feira, dia 27, além de profissionais do Hospital Santa Cecília, a Secretaria Municipal de Saúde realizou também a vacinação de 19 bombeiros do 22º GBM (Grupamento de Bombeiro Militar) de Volta Redonda e 15 pacientes de residências terapêuticas.
Inicialmente, Volta Redonda acabou prejudicada na primeira fase de distribuição das vacinas do tipo CoronaVac e recebeu um número pequeno de doses, diante do tamanho do público-alvo existente na cidade. Isso aconteceu depois do Governo do Estado ter levado em consideração dados lançados no sistema de saúde ao longo dos anos passados, mas a partir de uma rápida atuação de atualização da Secretaria Municipal de Saúde a situação foi contornada. Com isso, o município passou a ser um dos que mais doses de vacina contra o coronavírus recebeu no Sul Fluminense.
Ao todo, foram 1.863 doses de CoronaVac e outras 2.690 da vacina de Oxford/AstraZeneca já entregues. Além disso, uma segunda remessa da CoronaVac tem previsão de chegar ao município com 2.263 doses (mesma carga anterior e mais 400 doses extras). A nova leva tem previsão de ser entregue no início de fevereiro, para completar a imunização das pessoas que receberam a vacinação nos últimos dias e ainda imunizar outras 200 pessoas. Da mesma forma, outra carga da vacina de Oxford ainda será agendada para ser entregue em breve.
O dia de vacinação
A primeira vacinada no Hospital Santa Cecília foi a médica coordenadora da emergência, Lúcia Ramos, de 60 anos. Ela, que classificou a vacinação como “sinônimo de esperança”, recebeu a imunização com lágrimas nos olhos. Emocionada, Lúcia comentou que na luta contra a Covid-19 chegou a se infectar e que o momento da vacinação é muito especial para todos os profissionais da saúde.
“É uma emoção imensa receber a vacina, é sim, uma luz no fim do túnel, esperança de dias melhores após nós (profissionais de saúde) termos chegado à exaustão na pandemia. Passamos por muita dor emocional e física pelos nossos pacientes. Muitas pessoas ainda pensam que médicos e enfermeiros são ‘frios’; é lenda, a gente sente a mesma dor de um familiar por seu ente querido”, disse.
A médica ainda lembrou que chegou a se infectar com o novo coronavírus e teve que ficar em isolamento, afastada do trabalho. “Por mais cuidados que tenhamos com EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), corremos risco, eu atuo como coordenadora da emergência e também sou plantonista”, acrescentou.
A enfermeira Liliane Dias, de 33 anos, que também atua no atendimento à Covid-19, comentou que a vacina é uma perspectiva para que os profissionais de saúde possam continuar fazendo o melhor para quem precisa de atendimento.
“A vacinação é realmente uma esperança para continuar na luta e ajudando os pacientes. Tive muito medo de levar o vírus para dentro de casa, eu cheguei a me infectar e fiquei 17 dias em isolamento; e pior disso tudo foi ter ficado longe da minha filha de 3 anos”, relatou.
Liliane citou a recuperação de uma paciente de 84 anos, que foi motivo de emoção para a equipe médica. “Essa senhora ficou entubada durante 10 dias com a doença e se recuperou. Eu me emocionei quando ela teve alta e foi para casa; é uma vitória para toda a equipe esse acontecimento” afirmou.