Vinte artistas do Movimento Cultural Mantiqueira Mar realizaram uma manifestação na manhã deste sábado (24) no calçadão de Resende, no bairro Campos Elíseos. O grupo reivindica o direito de voltar a trabalhar e pede que os governos municipais editem o decreto de flexibilização e permitam que a classe retorne às atividades. Às 17 horas, o grupo realiza uma nova manifestação, no Centro de Penedo, perto da Casa do Papai Noel.
O Movimento Cultural Mantiqueira Mar abrange artistas de Resende, Itatiaia, Barra Mansa, Volta Redonda, Quatis, Porto Real, Angra, Paraty, entre outros municípios. O músico profissional Wilson Ramalho, integrante do grupo, lembrou que desde março os músicos estão sofrendo com essa situação. “Todas as categorias sofreram algum tipo de restrição, mas só a classe artística foi proibida de trabalhar. Em Resende, em razão da edição do decreto, já estamos sofrendo come essa situação novamente há mais de um mês”, lamentou.
Wilson reforçou que a classe entende a necessidade das restrições em razão da pandemia, mas o que não consegue entender é porque só a classe artística foi proibida de trabalhar. “Os bares continuam cheios, funcionando com restrições, com garçons, atendentes e balconistas. O comércio em geral trabalhando sem problema algum e a classe artística proibida de trabalhar, uma vez que o artista, seja músico, comediante ou dançarino, que vai fazer a sua apresentação em um bar ou em um restaurante, não vai colocar mais gente do que é permitido nos decretos”, pontuou, classificando a situação dos artistas como crítica. “Vários artistas venderam os equipamentos para comprar comida, remédios, e pagar o aluguel. Nós entendemos a situação, mas não temos como sustentar as nossas famílias. Não temos opção, precisamos trabalhar. Não estamos defendendo apresentações, ou qualquer tipo de festas ou entretenimento. Estamos defendendo o nosso trabalho. Somos trabalhadores. Estamos defendendo o mesmo direito ao trabalho que todas as demais categorias tem, que nos é permitido na constituição”, cobrou.
O músico concluiu dizendo que não se pode proibir uma classe de trabalhar, a não ser que o governo apresente uma solução para suprir as necessidades socioeconômicas desta classe. “Uma vez que você não apresenta nenhuma solução, não se pode proibir uma classe de trabalhar. Vamos continuar com essas mobilizações até que tenhamos algum resultado. Seja com auxílios emergenciais municipais ou com a liberação mesmo que provisória do direito ao trabalho dos artistas. As pessoas já podem trabalhar dentro das restrições e não aceitamos que apenas os artistas não possam trabalhar”, finalizou.