O Fluminense é o campeão da Libertadores 2023. Depois da frustração de 2008, quando, também no Maracanã, perdeu a final, nos pênaltis, para a LDU, desta vez o Tricolor conquistou – com inteira justiça – seu primeiro título intercontinental. A vitória de 2 a 1 sobre o Boca Juniors, da Argentina (depois do 1 a 1 no tempo regulamentar), foi mais do que merecida e coroou o trabalho do técnico Fernando Diniz e seus comandados.
Os gols do Fluminense foram marcados por Cano, no primeiro tempo, e Jhon Kennedy na prorrogação (sendo expulso em seguida pela comemoração no meio da galera). Advíncula marcou para o Boca, no segundo tempo do jogo.
Por uma destas ironias do futebol, a galeria histórica do Fluminense recebe com todas as devidas honras um ídolo justamente um argentino: Germán Cano, aos 35 anos, conquistou o maior título de sua carreira como artilheiro da competição, com 13 gols.
Pode-se destacar todos os que participaram da vitoriosa campanha do Fluminense – como Marcelo, também de 35 anos, que emprestou talento e experiência ao elenco, chorando nos minutos finais da prorrogação – mas há que se ressaltar pelo menos outro veterano. Aos 43 anos, o goleiro Fábio, desprezado pelo Cruzeiro depois de 16 anos, fez valer aquele ditado que todo grande time começa com um grande goleiro.
E tem que se valorizar os jovens. Jhon Kennedy entrou no segundo tempo, no lugar de Ganso. Fez o gol da vitória, foi expulso, mas escreveu seu nome da belíssima história tricolor.
Domínio – O primeiro tempo teve o amplo domínio do Fluminense na posse da bola. A primeira chegada do Tricolor foi numa cabeçada de Cano, que o goleiro Romero defendeu. Dois minutos depois, aos 15, o Boca respondeu, com Merentiel finalizando da entrada da área depois de uma arrancada do meio do campo. Fábio também defendeu.
Como em todo jogo decisivo, qualquer vacilo pode ser fatal. E o time argentino, que não conseguia tirar a posse de bola do adversário, viu o Fluminense abrir o placar aos 35: depois de tabelar com Arias pelo lado direito, Keno cruzou e encontrou Cano pronto para a batida de chapa. E aí, o artilheiro da Libertadores não perdoa: rede! Flu 1 a 0.
O gol explodiu a torcida do Tricolor e calou a do Boca, que até então vinha jogando com o time muito mais do que o time em campo.
Boca surpreende – No segundo tempo, era de se esperar que o Boca, na sua 12ª final e em busca do 7º título, fosse ser mais agressivo. Todavia, o Fluminense parecia saber administrar a vantagem conquistada. Até deu mais espaço ao adversário, mas com a clara intenção de dar o golpe fatal.
A partir dos 15 minutos, o jogo ficou mais tenso, com o Boca visivelmente incomodado com sua própria dificuldade na partida. As faltas passaram a ocorrer com mais frequência. Figura decorativa no jogo, Cavani só apareceu ao receber cartão amarelo por falta em André e ao ser substituído por Benedetto, quando o placar já estava em 1 a 1.
Aliás, o empate do Boca até surpreendeu. O time de Diniz administrava bem a pressão psicológica e rodava bem a bola. E chegou com perigo aos 23, quando Martinelli, mesmo parecendo sentir uma contusão, conseguiu tocar para André. O goleiro Romero defendeu a conclusão.
Porém, aos 27, os argentinos empataram. O peruano Advíncula recebeu de Medina pela direita, cortou para o meio e chutou de pé esquerdo no canto direito de Fábio, que, com dois jogadores à sua frente, não viu o atacante concluir e acabou saltando atrasado. Foi o quarto gol do peruano na Libertadores. Ele é o artilheiro do Boca na competição.
Herói – Muito mexido, o Flu perdeu bastante consistência depois do empate. Mas veio a prorrogação e, com ela, um novo herói tricolor. O menino Jhon Kennedy recebeu a bola tocada de cabeça por Keno, soltou a bomba e garantiu o título inédito. O garoto foi expulso por comemorar no meio da galera – ele já tinha cartão amarelo –, mas a fatura já estava liquidada. Acima de tudo, após a expulsão de Fabra, também no primeiro tempo da prorrogação, que deixou o Boca também com 10 em campo.
Já no segundo tempo da prorrogação, quase o Fluminense liquidou a fatura: aos 8 minutos, Arias deixa Guga livre, ele finalizou, mas a bola bateu na trave.
O título do Flu foi merecido. É a glória, a glória eterna. Fim de papo. (Fluminense FC / Mailson Santana)