Os advogados de defesa do pedreiro Alison da Silva Corrêa, de 22 anos, apresentaram ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), um novo pedido de habeas corpus em seu favor. Alison está prestes a completar um mês na cadeia, segundo a família e amigos, injustamente. Ele foi preso no dia 27 do mês passado, na operação Alcateia, da Polícia Civil de Volta Redonda, contra suspeitos de tráfico de drogas.
A família do rapaz afirma, no entanto, que ele é inocente. Sem passagens pela polícia, Alison teve a prisão decretada com base na conversa encontrada em celular apreendido quatro meses antes da operação, onde um traficante fala com outra pessoa identificada apenas como “Zeca”. Este é o apelido do irmão dele, Jarlan da Silva Corrêa, de 20 anos.
Jarlan foi preso em julho deste ano e solto, coincidentemente, no mesmo dia em que Alison foi preso em casa, no Açude I. O rapaz, que inicialmente assinou em cartório uma declaração assegurando ser ele quem tem o apelido de Zeca, esta semana assinou outra, também reconhecida em cartório, na qual afirma que as mensagens encontradas no celular apreendido são de sua autoria (veja reprodução abaixo).
“Reiterando minha declaração anterior, reafirmo que atendo pela Alcunha de ZECA e que as mensagens oriundas do terminal (número do telefone) são de minha autoria, pelo que assumo a responsabilidade pelos meus atos e registro que a associação de meu apelido (ZECA) a Alisson (meu irmão) é um engano que, lamentavelmente, levou um inocente à prisão”, diz um trecho da nova declaração.
A Polícia Civil e o Ministério Público afirmam que a identificação de Alison nas investigações não se deu apenas pelo apelido de Zeca, o que teria sido confirmado também num trabalho de campo.
A família do pedreiro rebate enfaticamente esta afirmação, assegurando que os policiais responsáveis pelo cumprimento do mandado contra o pedreiro sequer sabiam onde ele reside. Eles foram primeiro à casa da mãe do pedreiro – em nome de quem está a linha telefônica identificada no celular apreendido. Foi ela quem teve de levar os agentes até a casa de Alison.
Os advogados do pedreiro, Vitor Oliveira da Silva e Samuel de Paula, disseram que o novo pedido de habeas corpus já está nas mãos de um desembargador. Logo após a prisão, feita pouco antes do feriado prolongado pelo Dia de Finados, a um juiz de plantão e a uma desembargadora foram negados. Segundo os magistrados, não havia, até então, manifestação do juiz da 2ª Vara Criminal de Volta Redonda, que decretou a prisão preventiva. Este, por sua vez, negou revogar a prisão, no último dia 18.
MANIFESTAÇÃO – Na tarde desta quinta-feira, cerca de 20 pessoas, entre parentes e amigos de Alison, fizeram uma manifestação em frente ao Fórum de Volta Redonda. Também estiveram presentes representantes do Observatório de Direitos Humanos da UFF (Universidade Federal Fluminense) e do MEP-VR (Movimento Ética na Política de Volta Redonda).
Portando cartazes pedindo justiça, o ato foi pacífico e encerrado com uma oração. “Para que Deus possa entrar com Sua providência neste caso”, disse Thayane, mulher de Alison. O casal tem um filho de 1 ano e 7 meses. (Foto: Divulgação)