Moradores do bairro São Sebastião, em Volta Redonda, foram recebidos na tarde desta segunda-feira (24), na prefeitura para discutir as ações do governo municipal em relação aos cerca de 20 imóveis que se encontram em situação de risco iminente, nas ruas 28 de Maio e da Conquista. As residências foram interditadas no último domingo, dia 23, pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) em cumprimento a ordem judicial determinando a desocupação imediata dos imóveis.
De acordo com a avaliação feita pelos técnicos, o talude de aproximadamente 70 metros de altura apresenta erosão, solo desagregado, degrau de abatimento, trincas e rachaduras no solo, que não tem cobertura vegetal, além de parte de uma canaleta de escoamento de águas pluviais danificada.
O coordenador de Defesa Civil, Leandro Rezende, explicou que os moradores se recusaram a deixar as residências e, como o cenário é de alto risco, com a possibilidade de deslizamento de terra, a justiça determinou que a interdição fosse cumprida. “Nós informamos à Justiça, pois alguns moradores se recusavam a sair”, explicou.
O presidente da Associação de Moradores do bairro, André Luiz Cordeiro, e a vice-presidente, Silvia Roberta Campos Carius; e representantes dos moradores dos imóveis interditados foram recebidos por Leandro Rezende; e também pelo presidente do Furban (Fundo Comunitário de Volta Redonda), Davi Silva; e pela responsável pelo Departamento de Vigilância Sócio Assistencial da Secretaria Municipal de Ação Comunitária (Smac), Aline Rodrigues.
No encontro, o presidente do Furban explicou que na próxima quarta-feira (26), começa o trabalho de sondagem do terreno para definir o caminho a ser seguido para tirar o risco de deslizamento sobre os imóveis. “O primeiro passo foi conscientizar os moradores sobre o risco de deslizamento e a necessidade de deixar os imóveis para preservar vidas. Agora, vamos esperar a sondagem para guiar a melhor forma de iniciar a retirada de terra, além de escavar uma trincheira atrás das casas para tentar garantir a segurança dos imóveis e permitir que a prefeitura solicite à Justiça para que os moradores retornem”, falou Davi, explicando que a sondagem também vai determinar o projeto definitivo que terá que ser licitado.
Enquanto os moradores não podem retornar às residências, a prefeitura presta assistência por meio da Smac e também disponibilizou espaços públicos para abrigar a Igreja e o mercado que estão entre os imóveis interditados. Ede Santana, que tem comércio no local, estava com a esposa Ananda na reunião e conseguiu cessão de um terreno público para construir um galpão provisório para abrigar o mercado. “Não vou colocar minha família em risco, mas também preciso continuar trabalhando”, disse, agradecendo o espaço. E o pastor Fabiano Lourenço da Silva, pastor da Igreja Assembleia de Deus, fará os cultos, provisoriamente, no salão do CRAS (Centro de Referência à Assistência Social).
Foto – Reprodução/Redes sociais