O Espaço das Artes Zélia Arbex, na Vila Santa Cecília, recebe a partir desta quarta-feira, dia 3, a exposição “Técnicas”, do artista plástico Antônio Geraldo, contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura Aldir Blanc. A mostra fica disponível ao público até o dia 30 deste mês. Mesmo com o espaço fechado devido à pandemia do novo coronavírus, as obras poderão ser vistas através dos vidros da galeria.
O secretário municipal de Cultura, Anderson de Souza, destacou que se valendo da arquitetura da galeria, as obras ficarão voltadas para a rua, possibilitando que a população as visualize. A ideia, segundo Anderson, contribui com o trabalho dos artistas de Volta Redonda, que poderão expor suas produções em meio às restrições de proteção à Covid-19. Outra novidade é que a exposição funcionará de forma híbrida; além da galeria, as obras e vídeos do artista poderão ser conferidos pelo portal: cultura.voltaredonda.rj.gov.br/leialdirblanc.
Fazendo jus ao nome, a mostra apresenta 10 trabalhos bidimensionais com três técnicas desenvolvidas por Antônio Geraldo, utilizando de recursos naturais como terras e minérios; oxidações e fuligens. “Essas três técnicas eu venho desenvolvendo há três décadas, a cerâmica esteve presente desde o início. Ao iniciar os trabalhos com terras e minérios, me desloquei para uma mineradora em Itabirito (MG), onde consegui farto material para confecção das obras”, comentou o artista.
Antônio Geraldo explicou que seu trabalho consiste na utilização desses materiais em um processo de desconstrução que leva certo tempo para transferir a matéria prima dos mesmos para os painéis.
“Na técnica, as mãos são utilizadas para suporte para transferir as cores das mesmas para chassis de madeira. O acabamento é feito com verniz acrílico à base d’água. As oxidações são submersas em água, e com a ação do tempo, as cores dos óxidos vão impregnando os vários suportes, que podem ser usados nessa técnica, como: lona, tecido, gesso, cerâmica e etc. O mato queimado, resultado da combustão de alguns vegetais, quando uso as cinzas que são aplicadas em suporte de madeira, lembrando uma decalcação. A cerâmica é apresentada em formato geóide, e peças queimadas em alta temperatura em forno a carvão vegetal, desenvolvido no ateliê”, detalhou o artista.