Volta Redonda terá uma orquestra composta por músicos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O acordo para a realização da iniciativa foi fechado na manhã desta quinta-feira (8) no Palácio 17 de Julho, no Aterrado, durante a visita do idealizador e organizador do Festival Internacional Rio Cello, o violoncelista inglês David Chew, que se reuniu com o prefeito Antonio Francisco Neto. Também participaram do encontro outros integrantes da organização do evento, a maestrina Sarah Higino e o idealizador do projeto “Volta Redonda Cidade da Música”, o maestro Nicolau de Oliveira.
David Chew explica que a implementação da iniciativa será discutida com os maestros Nicolau e Sarah, mas que darão os primeiros passos ainda neste ano, e que já vão procurar as escolas para apresentar a ideia.
“É um processo demorado, em que precisamos começar com a musicalização, ver a habilidade de cada um, ver como vai funcionar. É pouco a pouco, planta-se a semente e ela vai nascendo pouco a pouco, e vai dar certo”, afirmou David.
O músico inglês lembrou ainda que há 20 anos a organização do Rio Cello marca presença em Volta Redonda a fim de ministrar aulas para os alunos do “Volta Redonda Cidade da Música”, e que, sempre que vem a Volta Redonda, são “plantadas sementes que sempre são germinadas”.
“É uma honra para o Rio Cello vir aqui e dar aulas por tantos anos. Eu fico muito impressionado sempre que venho a Volta Redonda, é um lugar em que realmente a gente planta sementes e elas crescem. O projeto é uma ideia do prefeito, que apresentou isso para a gente. É uma coisa que nós temos que realizar, é um sonho nosso a inclusão de todos, a diversidade. Contamos com o apoio dos pais, das famílias, das escolas”, afirmou o músico.
Além do próprio festival, que prossegue no Rio de Janeiro até o próximo dia 19, o Rio Cello desenvolve projetos de escolas de música para milhares de crianças, incluindo aquelas com o Transtorno do Espectro Autista.
“Nós temos uma escola gratuita na comunidade do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, com muitos alunos autistas. Vamos começar aos poucos (em Volta Redonda), porque precisamos trazer monitores, especialistas em autismo. Não é tão fácil, mas tudo é possível. A gente vai, com certeza, trabalhar por isso. A Sarah e o Nicolau vão nos passar o que será possível fazer, pois o sonho é assim: você pode sonhar, mas tem que ter a base. Acho que vai ser, mais uma vez, um modelo para o Brasil”, concluiu David.