Uma brincadeira de adolescentes e jovens com armas de plástico com munição feita de gel (gel blasters) assustou moradores do bairro Santo Agostinho, na noite da terça-feira (10). A Polícia Militar foi chamada por moradores que acreditavam se tratar de criminosos armados, até porque alguns estavam vestindo blusa com capuz.
Os agentes localizaram o grupo em uma praça do bairro. Num vídeo encaminhado ao jornal, um dos agentes diz aos rapazes que eles estavam se colocando em risco, podendo ser baleados até por traficantes do bairro. “Alguém vai entender que isso aqui é de brinquedo?”, questionou o agente sobre a semelhança de uma arma de plástica com uma de verdade.
Eles recomendaram que a brincadeira fosse encerrada. Não houve apreensão das armas de plástico, cuja venda não é proibida, mas é controversa pela semelhança que algumas têm com armais reais. Uma das mais procuradas é uma metralhadora automática de gel. Algumas armas são coloridas, mas as mais procuradas são as pretas ou camufladas como as militares.
“As armas coloridas ficam fáceis de qualquer profissional de segurança pública ver que é um brinquedo. Mas outras, que são muito próximas de um simulacro, podem confundir. E, obviamente, pelo menos nas imagens que a gente tem visto, não é só arma. Eles se caracterizam como criminosos. Isso é um risco para eles. Porque uma viatura da Polícia Militar, por exemplo, pode ver um grupo desses brincando e entender de outra maneira. Isso pode pôr em risco essas pessoas”, alertou em entrevista a um jornal do Rio o secretário estadual de Segurança, Victor Santos. Ele lembrou que a venda dessas armas não é proibida, mas a forma de utilização é que pode ser perigosa. “Pode colocar em risco a vida desses jovens”, repetiu.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) informou que uma portaria publicada pelo órgão em 2021 não considera esses produtos brinquedos. O órgão considera as armas de gel semelhantes a equipamentos como airsoft e paintball, regulamentados pelo Decreto 11.615, de 21 de julho de 2023, o qual não está sob a competência do instituto. (Imagem: Reprodução)