O vereador de Barra Mansa, Gilmar Lélis, usou uma caneta câmera em um boné, além de um chaveiro eletrônico, pra gravar seus encontros com o prefeito afastado Rodrigo Drable e o vereador afastado Zélio Show.
As informações constam em documentos que viralizaram em um aplicativo de mensagens, após a Desembargadora Suimei Meira Cavalieri, afastar o sigilo incialmente decretado no procedimento investigatório envolvendo Drable, Zélio, o presidente afastado da câmara, Paulo Chuchu e um coronel reformado da Polícia Militar. Eles são suspeitos de integrarem uma organização criminosa.
Os documentos dão a entender, que outros vereadores de Barra Mansa teriam negociado propina para votar a favor das contas de 2018 de Rodrigo Drable, que recebeu parecer prévio contrário pelo Tribunal de Contas do Estado. Além disso, mostra que outros membros do primeiro escalão do governo Drable, teriam tentado interferir politicamente para convencer vereadores a votarem com Rodrigo.
O caso
Rodrigo Drable é acusado pelo Ministério Público de corrupção e formação de organização criminosa. A investigação foi motivada por uma propina oferecida ao vereador Gilmar Lélis. Segundo o parlamentar, a proposta seria de R$ 30 mil, mais vantagens na campanha eleitoral, para que votasse a favor da aprovação das contas do município, referentes ao exercício de 2018, que receberam parecer prévio contrário do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). A maioria dos vereadores votou a favor da aprovação, livrando Drable de se tornar inelegível.
Nas primeiras horas da manhã da terça-feira (14), agentes do Ministério Público e da Polícia Civil foram às ruas para cumprir 11 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao prefeito, aos vereadores Zélio Show e Paulo Chuchu, presidente da Câmara Municipal, e o coronel reformado da Polícia Militar Jorge Ricardo da Silva, ocupante de cargo comissionado da prefeitura.
Os mandados foram expedidos pelo Segundo Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), que determinou o afastamento dos denunciados de suas funções públicas, por meio de medida cautelar requerida pelo MPRJ. Com o afastamento de Rodrigo, quem assumiu a prefeitura foi a vice, Professora Fátima Lima.
Outro lado
A prefeitura de Barra Mansa disse, em nota, que Rodrigo Drable foi “acusado indevidamente”. Ainda de acordo com o comunicado, a denúncia trata-se de uma “manobra política” e que “o corpo jurídico de Rodrigo Drable já está trabalhando na elucidação dos fatos”.
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