O Vaticano realizou neste sábado (27) o 8º Consistório do Papa Francisco para a criação de 20 novos cardeais. Entre os novos cardeais, dois são brasileiros: os arcebispos Paulo Cezar Costa, de Brasília, e Leonardo Ulrich Steiner, de Manaus.
Com os novos arcebispos, o Brasil passa a ter nove integrantes no colégio cardinalício, com seis eleitores. Apenas Itália, Estados Unidos e Espanha têm mais com mais cardeais. Entre os nomeados, 16 prelados estão aptos a participar de um conclave, reunião para a escolha de um novo papa.
Dom Paulo Cezar, anunciado cardeal em 29 de maio, tem 55 anos e nasceu em Valença. Desde 2020, ele ocupa o cargo de arcebispo na arquidiocese de Brasília. Cursou Filosofia em Petrópolis e Teologia na cidade do Rio de Janeiro. Fez mestrado em teologia de 1996 a 2001 e iniciou doutorado em 1998.
Em 2010, foi nomeado pelo Papa Bento 16 como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e nomeado como bispo titular da Catedral de São Sebastião em 2011. Em 2016, foi nomeado sétimo bispo da Diocese de São Carlos pelo Papa Francisco.
Quatro anos depois, foi nomeado como integrante da Pontifícia Comissão para a América Latina. Representou o Regional Sul 1 no Conselho Permanente da CNBB e integrou o grupo de bispos consultivos do Conselho Episcopal Latino-Americano.
Horas antes da cerimônia de nomeação, Dom Paulo concedeu entrevista ao Vaticano News e agradeceu ao Papa pelo cargo. Segundo o cardeal, a responsabilidade “pesa” durante o momento vivido no mundo.
“É uma confusão de sentimento, mas também um sentimento de gratidão, de gratidão ao Papa por ter me escolhido e confiar em mim e também a graça de servir com mais abrangência, porque o Cardinalato alarga sua possibilidade de servir”, disse.
Depois da nomeação será realizado um Consistório público ordinário para voto da canonização de 2 Santos para a igreja.
DOM LEONARDO STEINER – Anunciado como cardeal também em 29 de maio, Dom Leonardo Steiner, de 71 anos, foi o arcebispo Metropolitano de Manaus e será o primeiro cardeal nomeado da Amazônia. Ele nasceu em 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha (SC). Cursou Filosofia e Teologia em Petrópolis de 1973 a 1978.
Depois da primeira formação, cursou pedagogia de 1981 a 1982 e tornou-se “mestre de noviços”, cargo importante na formação religiosa, de 1987 a 1994. Em 1995, o cardeal foi para Roma para concluir os estudos de especialização em filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum.
Em setembro de 2011, o Papa Bento 16 o nomeou bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília. De 2011 a 2019 cumpriu 2 mandatos como secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Manaus em novembro de 2019 pelo Papa Francisco substituindo Dom Sergio Castriani.
“A nomeação, para mim, tem um sentido de serviço. Estarmos ainda mais à disposição do Papa Francisco no seu ministério, como bispo de Roma. Mas ao mesmo também tempo o sentimento de gratidão para com o Papa por ele ter nomeado um bispo cardeal da Amazônia. As comunidades da Amazônia são muito agradecidas, todas muito alegres por essa nomeação. E isso também é um sentimento que eu carrego, um sentimento de gratidão como questão pessoal, mas estar ainda mais a serviço da igreja que está na Amazônia”, declarou o clérigo também ao Vaticano News. (Foto: Vaticano News)