Duas mulheres suspeitas de integrarem uma quadrilha especializada na venda de remédios para provocar aborto foram presas nesta quinta-feira (12), pela Polícia Civil de Resende. Outra suspeita, que também teve a prisão determinada pela 1ª Vara Criminal de Resende, é considerada foragida.
De acordo com o delegado Ronaldo Aparecido, as investigações ocorreram, além de Resende, em Belo Horizonte e São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais, e Lajeado, no Rio Grande do Sul, com apoio da Polícia Civil dos respectivos estados.
O caso começou a ser investigado em abril do ano passado, quando o Conselho Tutelar de Resende foi acionado pela APMIR (Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Resende) devido a uma situação de tentativa de aborto. As informações hospitalares foram sobre uma criança recém-nascida apresentando lesões no olho, corte na orelha e uma possível fratura na cabeça.
Os investigadores apuraram que a mãe havia engravidado do ex-namorado e, como não desejava o filho, realizou pesquisas uma rede social sobre métodos abortivos. Ela optou por comprar quatro injeções que seriam aplicadas abaixo do umbigo.
As injeções, segundo a polícia apurou, teriam custado R$ 1,7 mil e foram aplicadas no dia 3 e 6 de maio de 2021. Quando iniciaram as contrações, a mulher recorreu à APMIR.
De acordo com o delegado, foi possível chegar às suspeitas com a quebra do sigilo bancário da mãe. Chamou a atenção a movimentação financeira nas contas: a mulher que se encontra foragida enviou para uma das que foram presas nesta quinta-feira cerca de R$ 310 mil apenas entre março e setembro do ano passado, sendo que ela declarara renda mensal de R$ 1,7 mil. Da conta de outra envolvida, foram enviadas para a mesma mulher, entre fevereiro e setembro do ano passado, cerca de R$ 243 mil.
Até o momento desta publicação, a Polícia Civil não havia informado os locais onde as prisões foram efetuadas. O delegado disse apenas que uma das suspeitas foi presa em casa e que a outra – que está grávida – foi encontrada em uma pousada com o namorado. É a segunda vez que ela é presa. A primeira foi em 2019, por falsificação, corrupção e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.