O prefeito Samuca Silva anunciou que vai lançar nesta quinta-feira (09) um edital para licitar o transporte coletivo em Volta Redonda e, ao mesmo tempo, divulgar medidas relacionadas à Viação Sul Fluminense. A empresa é a maior entre as operadoras de transporte público na cidade. O prefeito antecipou que haverá intervenção em linhas exploradas pela Sul Fluminense, que deverão ser operadas por outras empresas.
– Fizemos o que poderia ser feito. Fiscalização, apreensão de ônibus…Demos oportunidade para a empresa melhorar, mas não aconteceu – disse Samuca, acrescentando estar certo de que a viação irá à Justiça: “Mas não temos outro caminho”.
O prefeito lembra que a Sul Fluminense responde por 75% das reclamações recebidas pela prefeitura sobre o transporte municipal de passageiros. No final do ano passado, o governo deu um prazo à empresa até abril para melhorar o serviço prestado, depois de uma vistoria de surpresa na garagem. A Sul Fluminense chegou a adquirir ônibus para substituir os mais antigos da frota, mas as reclamações não diminuíram. Até porque, foram comprados ônibus já usados e em número insuficiente, segundo a prefeitura, para garantir o atendimento dos usuários de forma satisfatória.
No início desta semana, os ônibus da Sul Fluminense foram retidos na garagem, no bairro Voldac e foram para as ruas quase duas horas depois do horário habitual. O motivo foi a realização de uma assembleia liderada pelo Sindicato dos Rodoviários devido às reclamações pelo não cumprimento de cláusulas previstas no acordo coletivo. Na ocasião, o sindicato definiu a assembleia como um ato de advertência e admitiu que poderá haver greve na empresa se os problemas não forem sanados.
Ainda esta semana, diversas reclamações de passageiros foram divulgadas pelo não cumprimento de horários, como no bairro Santa Cruz. A empresa atua em 30 das 47 linhas urbanas de Volta Redonda, transportando em média 90 mil pessoas por dia.
O prefeito avalia que a situação chegou a um ponto insustentável: “Vamos adotar as medidas necessárias para que os usuários e os funcionários não sejam prejudicados. Eu jogo duro, mas jogo na bola”, afirmou.
Quanto à licitação do serviço, Samuca Silva disse que irá a todas as instâncias judiciais para tomar a medida. Atualmente, uma decisão judicial impede a medida se o município não indenizar as atuais operadoras. O prefeito, no entanto, entende que houve quebra de contrato e que, assim, será possível derrubar a decisão.