Na manhã desta quinta-feira (20), mais um bebê nasceu totalmente asfixiado no HSJB (Hospital São João Batista) em Volta Redonda. A mãe da criança, internou na noite da terça-feira (18). Segundo a família, a grávida apresentava sangramento e pressão alta. A direção do HSJB, informou que a grávida, não apresentava sangramentos, e que chegou a fazer ultrassom na manhã da quarta-feira (19), e nada de errado foi identificado… Também informou que a grávida foi acompanhada o tempo todo, e que nada de alterado foi identificado no bebê, que, segundo a direção do hospital, até 7h da manhã desta quinta (20), estava bem, mas como a indução do parto não evoluiu, o obstetra indicou cesárea, mas quanto fizeram, a criança estava morta. O caso será avaliado pela Câmara Técnica do CRM, após a comissão interna do HSJB avaliar o caso. Após o contato da reportagem com o setor de comunicação da Prefeitura Municipal de Volta Redonda, uma nota foi enviada a imprensa, informando que “na tarde desta quinta-feira, dia 20, numa reunião de urgência, foram realizadas mudanças administrativas na Maternidade do Hospital São João Batista. O setor engloba também o Bloco Materno Infantil, onde são realizados todos os procedimentos das gestantes que chegam ao Hospital. A coordenação da maternidade foi substituída e pelo menos um médico, demitido”.
Manifestações durante a semana
Durante a semana, manifestações ocorreram na Cidade do Aço, chamando atenção para o caso de natimortos na maternidade do HSJB. Com o caso desta quinta, é o quarto natimorto em 8 dias no local.
A Câmara de Vereadores de Volta Redonda, ligou o alerta para tratar do assunto, que vem assustando novas grávidas, que querem ter seus filhos saudáveis, e sem sofrer violência obstétrica. Na última segunda-feira (17), a mãe da Tamires, avó do natimorto Davi Lucca, esteve na casa legislativa, e conversou com os Vereadores Washington Granato, Paulinho do Raio-X, Luciano Mineirinho, Carlinhos Santana e Fernando Martins. Após a conversa, o parlamentar Paulinho do Raio-X solicitou a direção do HSJB através de requerimento, um panorama de todos os nascimentos e natimortos no hospital, também solicitou relatório de todas cesáreas e partos normais realizados. Luciano Mineirinho, disse que a situação assusta, e que conversou muito com a mãe da Tamires, que é do mesmo bairro do Vereador. O Presidente da Câmara, Washington Granato afirmou que a casa vai investigar o caso com todo rigor, e lamentou o caso: “Toda vez que uma criança morre, todos lamentamos muito. Temos que investigar os erros cometidos, cobrar providências e apontar soluções para que tais fatos não voltem a ocorrer”, disse o Presidente.
Indução de parto
O parto pode ser induzido pelos médicos quando o trabalho de parto não começa sozinho ou quando existem situações que podem colocar em risco a vida da mulher ou do bebê.
Este tipo de procedimento pode ser realizado a partir das 22 semanas de gestação, mas existem métodos caseiros que podem facilitar o processo de início do trabalho de parto, como as relações sexuais, acupuntura e homeopatia, por exemplo. Apesar de existirem diversas indicações para a indução do parto, todas elas devem ser investigadas pelo médico, minuciosamente porque por vezes, é mais seguro optar por uma cesariana ao invés de tentar estimular o início do trabalho de parto normal com qualquer método.
A indução do parto, deve ser indicada pelo obstetra, e pode ser indicado nos seguintes casos:
*Quando a gravidez passa das 41 semanas sem início das contrações de forma espontânea;
*Ruptura da bolsa de líquido amniótico sem início das contrações em 24 horas;
Quando a mulher é diabética ou possui outras doenças como doença renal ou pulmonar;
*Quando o bebê possui alguma mal-formação ou não cresceu o suficiente;
*Em caso de diminuição do líquido amniótico;
Além disso, o aparecimento de doenças como gordura no fígado ou colestase gestacional, trazem riscos para o bebê, também sendo necessário induzir o parto nestes casos.
Quando pode ser perigoso induzir o parto
A indução do parto não é indicada e por isso não deve ser realizada quando:
*O bebê está em sofrimento;
*Após mais de 2 cesarianas devido a presença de cicatrizes no útero;
*Quando há prolapso do cordão umbilical;
*Quando a mulher está grávida de gêmeos ou mais bebês;
*Quando a bebê encontra-se sentado ou não virou de cabeça para baixo;
*Em caso de herpes genital ativa;
*Em caso de placenta prévia;
*Quando os batimentos cardíacos do bebê estão diminuídos;
*Quando o bebê é muito grande, pesando mais de 4kg.
No entanto, o médico é quem deve tomar a decisão se vai optar pela indução do parto ou não, levando em consideração vários fatores que avaliam o risco e o benefício da indução.