O porteiro Gilson Francelino Santana, morador de Resende, passou pelo dissabor e a humilhação de ser preso indevidamente, nesta quinta-feira (16). A prisão foi efetuada por policiais de Miguel Pereira, cumprindo um mandado seis anos depois de o nome de Gilson ter sido inserido entre os investigados por tráfico de drogas. Ele passou várias horas na delegacia de Miguel Pereira, a 150 quilômetros de Resende, até ser libertado por determinação de um juiz. O caso foi revelado pelo RJ TV, da TV Rio Sul, na noite desta quinta-feira.
Segundo a reportagem, o porteiro teve seu nome incluído num processo criminal de 2014, depois que a polícia fez uma operação contra o tráfico de drogas em Resende. O verdadeiro suspeito também se chama Gilson, mas tem sobrenome diferente, segundo a emissora.
O advogado Claudio Azevedo Improta contou que, à época, o equívoco foi corrigido a pedido do Ministério Público. Ele mostrou o documento em que o MPRJ pede a correção do nome. Todavia, passados seis anos, o nome do porteiro não saiu do sistema da Polícia Civil e, nesta quinta, policiais de Miguel Pereira foram a Resende cumprir o mandado de prisão.
O advogado contou, na reportagem, que procurou a Justiça e apontou a ilegalidade da prisão. A 2ª Vara Criminal de Miguel Pereira determinou que Gilson fosse libertado.
“[A gente] Se sente importante ali dentro [da delegacia], morrendo de medo de ir para onde só Deus sabe, se vai sair ou não, com um monte de compromisso aqui fora”, afirmou Gilson à reportagem, contando que trabalha em dois lugares para sustentar a família.
“Ele nunca foi investigado, nunca respondeu a um processo criminal. Uma pessoa de bem, trabalhador, tem família, nunca foi incluído em investigação”, frisou o advogado. Gilson foi preso num dos locais onde trabalha há 15 anos.
“Foi um baque. Ele em seu serviço, veio a polícia de Miguel Pereira para levar o meu pai. Tomei um susto”, contou o filho Gilson Francelino Santa Júnior.
Segundo o RJ TV, o Tribunal de Justiça informou não ter localizado nenhum processo pelo nome do porteiro. Já a Polícia Civil não havia respondido, até a exibição da reportagem, por que o nome do porteiro ainda constava no sistema, levando à sua prisão. (Foto: Reprodução / TV Rio Sul)