Agentes da Polícia Civil de Resende, comandados pelo delegado Michel Floroschk, prenderam na tarde da quarta-feira, em flagrante, dois suspeitos de tráfico de drogas e também por porte ilegal de arma de uso restrito. Um adolescente foi apreendido.
As prisões foram feitas numa casa da Rua São Francisco de Assis, no Paraíso, dois dias depois de o delegado receber imagens de vídeo de uma mulher sendo torturada por, supostamente, estar tendo contato com traficantes de outra facção criminosa. Um dos presos é aparece cortando os cabelos da mulher, que nega a acusação.
ARMAS E DROGAS – Na casa foram apreendidas duas pistolas – calibre 380 e 9mm -, munições, pinos de cocaína e pedras de crack, além de três rádios de comunicação. O material estava dentro de uma mala.
Além dos dois homens e do menor apreendido, uma jovem estava na casa, mas todos confirmaram que ela foi ao local para pintar o cabelo de um dos presos. A jovem foi levada para a delegacia, sendo liberada depois de ouvida.
Foroschk revelou que os presos – um deles é do Eucaliptal, em Volta Redonda –, ao prestarem o primeiro depoimento na delegacia, admitiram que as armas apreendidas eram deles e as drogas, pertencentes ao menor. Ambos disseram ser pagos para fazer a segurança do tráfico.
No entanto, mudaram a versão depois de serem assistidos por uma advogada. “Aí afirmaram que tanto as armas quanto as drogas pertenciam ao menor, o que é totalmente diferente da verdade dos fatos”, comentou o delegado.
De acordo com Floroschk, em seu depoimento o próprio suspeito de torturar a mulher revelou ter sido condenado por tráfico em 2008. Disse também estar morando no local há menos de duas semanas.
No primeiro depoimento, o homem afirmou que usava a pistola e um dos rádios de comunicação para segurança do tráfico no local, já que a facção à qual admitiu pertencer está em guerra com traficantes da Cidade Alegria, Barra I e Barra III, bairros dominados por outra organização criminosa. Ele chegou a detalhar que recebia R$ 500 por semana pelo serviço.
O suspeito de Volta Redonda também revelou na delegacia ter sido preso por porte ilegal de arma no ano passado. Ele contou ter sido chamado pelo outro para Resende também para fazer a segurança na boca de fumo e que levou sua pistola calibre 380.
O adolescente que assumiu a propriedade das armas (disse ter comprado ambas de um caminhoneiro) e das drogas disse ser também responsável pelo aluguel da casa onde a ação policial ocorreu. Ele alegou não saber por que os outros dois assumiram ser donos das armas. Outras perguntas ele afirmou que só responderá em juízo. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)