Atualizada às 12h10min – A Polícia Federal, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta terça-feira a Operação Vírus com o objetivo de apurar irregularidades cometidas na contratação de serviços de caráter emergencial, pela prefeitura de Volta Redonda, durante a pandemia da Covid-19. Na ação, cerca de 40 policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios ligados aos envolvidos no suposto esquema criminoso em Volta Redonda, Rio de Janeiro, Rio Claro, Pinheiral, Barra do Piraí e Paraíba do Sul. Os mandados judiciais em questão foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Volta Redonda.
As investigações foram iniciadas em 2020, a partir de uma denúncia anônima que relatou supostas irregularidades no processo de dispensa de licitações relativo à contratação de serviços para instalação de equipamentos no hospital de campanha montado em Volta Redonda, para o tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.
As apurações indicaram desvios de verbas públicas relativas a um contrato de R$ 1,6 milhão, além de revelar indícios acerca de outras irregularidades nas contratações em questão. Dentre as fraudes investigadas, é possível destacar o superfaturamento na contratação dos referidos serviços; irregularidades na apresentação de documentos; direcionamento do objeto a ser contratado; conluio entre empresas, agentes políticos e servidores do município; empresas de fachada, entre outras.
Com a operação, a PF busca desarticular o suposto grupo criminoso investigado e encontrar novos elementos de prova indispensáveis ao completo esclarecimento dos fatos. Além dos crimes licitatórios, os investigados poderão responder por associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, cujas penas variam de 2 a 12 anos de reclusão.
A prefeitura de Volta Redonda enviou uma nota dizendo que a operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (26) é referente às ações da gestão anterior, com fatos ocorridos em 2020, tendo como alvo o Hospital de Campanha, montado no Estádio Raulino de Oliveira e desmontado no mesmo ano. A atual gestão ressaltou que assumiu em 2021 e não possui qualquer relação com os fatos investigados. A nota informou ainda que está colaborando em todos os sentidos para elucidação do caso.
O ex-prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, encaminhou à imprensa nota na qual afirma que não é alvo da operação deflagrada pela Polícia Federal. “O ex-prefeito de Volta Redonda esclarece que não é alvo da operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (26), que não tem qualquer relação com os fatos investigados, colaborando em todos os sentidos para elucidação do caso e que sejam punidos os responsáveis”, afirmou, acrescentando que “sempre denunciou e combateu a corrupção durante seu governo”.