A Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), da Polícia Civil do Rio, realiza, nesta quinta-feira, uma operação para cumprir oito mandados de busca e apreensão no escritório de uma empresa e seus representantes, em Recife, Pernambuco. O alvo, de acordo com a corporação, seria envolvido em um esquema de oferta fraudulenta de lotes da vacina AstraZeneca/Oxford para imunização da Covid-19 a diversos municípios brasileiros. A ação tem apoio da Polícia Civil de Pernambuco e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e visa a apreender aparelhos de telefone celular, computadores, contratos e outros documentos relacionados ao crime. As informações são do jornal Extra.
Segundo as investigações, o alvo da operação oferecia lotes da vacina por meio de uma empresa americana pelo valor de U$ 7,90. Entre os municípios que receberam a oferta estão Duque de Caxias e Barra do Piraí, municípios do Rio de Janeiro, e Porto Velho, em Rondônia. O contrato apresentado pela empresa previa que as cidades realizassem o pagamento antecipado por meio de “Swift” (remessa internacional) ou carta de crédito no momento da suposta postagem das doses em Londres.
De acordo com uma nota do laboratório AstraZeneca, todas as doses em produção estão destinadas a consórcios internacionais, como o Covax Facility, e contratos com países e não há doses remanescentes para serem comercializadas com estados, municípios ou entidades privadas.
O delegado Thales Nogueira, titular da DCC-LD, informou que a investigação começou com o compartilhamento de informações entre setores da inteligência da especializada, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da PRF. Os agentes verificaram que a empresa americana, além de ser recém-criada. Ela utiliza como endereço um escritório de co-worker e, ainda, oculta os dados de registro de seu site.
— Com autorização judicial da 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, a polícia do Rio realizou a gravação de uma reunião em que os sócios da empresa oferecem as doses para a Prefeitura de Barra do Piraí e utilizam como exemplo o município de Porto Velho, em que já houve o pagamento e atraso na entrega das doses prometidas — disse o delegado.
Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e estelionato contra a administração pública.
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