A operação “Posto Cego”, deflagrada nesta terça-feira pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) com o apoio da Polícia Militar foi encerrada com a prisão de 10 pessoas suspeitas de fazerem parte de um esquema de cobrança de propinas para liberar veículos em situação irregular no posto de vistoria do Detran, no bairro Saudade, em Barra Mansa. Os nomes dos presos não foram informados.
A ação cumpriu ainda 20 mandados de busca e apreensão e teve alvos também em São Gonçalo e Niterói, na Região Oceânica do estado. Entre os materiais apreendidos estão um revólver calibre 22, 56 munições de diversos calibres e um carro, além de muitos documentos referentes a veículos, inclusive selos de GNV (Gás Natural Veicular), CRLVs (Certificados de Licenciamento de Veículos) e quatro cadernos com anotações que podem comprovar o esquema.
Segundo o MPRJ, o esquema consistia na cobrança de propina para aprovação de veículos sem condições de transitar pelas ruas. Os vistoriadores são contratados por uma empresa que presta serviços ao Detran. As investigações tiveram início em virtude de notícias que chegaram até a Promotoria de Investigação Penal da Comarca, dando conta da existência da prática criminosa.
A partir da colaboração de um informante, o Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça, sem levantar suspeitas, realizou diligências para observar a movimentação no local. Segundo o MPRJ, foi possível constatar que havia a cobrança de propinas. “A naturalidade com que os funcionários praticam tais atos, apesar da existência de inquéritos anteriores e publicações de queixas de motoristas nas redes sociais, fica evidenciada nos áudios produzidos ao longo da investigação, muitos deles transcritos na denúncia”, diz nota do MPRJ.