Pelo menos 48 cães morreram em todo o Brasil após a ingestão de petiscos possivelmente produzidos pela Bassar Pet Food, localizada em Guarulhos (SP). O número foi informado nesta segunda-feira (5) pela delegada Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor de Belo Horizonte, cidade onde os primeiros casos foram registrados. De acordo com ela, mais um óbito – o oitavo – foi confirmado nesta segunda na capital mineira.
Diversas amostras do produto estão sendo periciadas. A primeira já detectou a presença de mono-etilenoglicol, uma substância tóxica também encontrada no caso da Cervejaria Backer, quando dez pessoas morreram e várias outras foram internadas e tiveram sequelas.
Danúbia explicou que cada caso deve ser investigado pela delegacia da cidade onde a intoxicação ocorreu. “É importante que o tutor procure a delegacia mais próxima, leve o produto para que seja investigado se realmente o óbito ou essas intercorrências se deram em razão da ingestão do petisco. É importante que fique atento aos sintomas que são apresentados: convulsão, diarreia, vômito e prostração após a ingestão desses petiscos”, disse.
Os casos registrados até agora foram, além de Minas Gerais, foram São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Alagoas, Sergipe e no Distrito Federal.
Segundo Silvia Valamiel, advogada das tutoras dos cinco primeiros animais intoxicados em Belo Horizonte – dois morreram –, logo depois de comerem os petiscos os cães apresentaram muita sede. “Poucas horas depois [tiveram] vômito e prostração. Com dois dias, eles já tinham diagnóstico de injúria renal aguda”, afirmou. “Além do laudo, os sintomas também indicam intoxicação por esta substância”, acrescentou a advogada.
O caso também é investigado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, na última sexta-feira (2), determinou a interdição da fábrica, além do recolhimento nacional dos produtos produzidos pela empresa. “Em princípio os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O recolhimento dos produtos deve ser feito pela empresa e os produtos devem ficar apreendidos nos armazéns da própria empresa”, disse o ministério em comunicado.
A Bassar informou disse que está contribuindo para as investigações e acrescentou que contratou um laboratório particular para que também sejam feitas análises dos produtos suspeitos. A empresa disse ainda que entrou em contato com seus fornecedores, para averiguação dos insumos utilizados. “A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos”, diz um trecho da nota. Com informações do Extra. (Foto: Divulgação)