Volta Redonda irá proibir, a partir de terça-feira (15), a circulação de pessoas pela cidade entre meia-noite e 5 horas da manhã. O “toque de recolher” foi determinado em decreto, assinado pelo prefeito Samuca Silva, a fim de evitar o crescimento desordenado dos casos da Covid-19.
Ainda segundo o decreto, a partir desta data, será proibida a entrada de moradores de outras cidades em Volta Redonda das 10h até 18 horas. As exceções ficam para casos extremos, como os de saúde.
A medida irá até o dia 26 de dezembro e proíbe também a aglomeração de pessoas em áreas comuns de condomínios, prédios residenciais e similares e impede a comercialização de bebida alcoólica após 20 horas, assim como o consumo e comércio de bebidas alcoólicas em vias e espaços públicos. A apresentação de música como entretenimento de forma mecânica com DJ ou similar ou ainda música ao vivo em bares, restaurantes ou similares também está proibida pelo decreto.
Comércio
Todos os estabelecimentos comerciais estão autorizados a funcionar das 8 às 22 horas (exceto bares, restaurantes e similares, que fecham às 20 horas), sendo que os idosos deverão ser atendidos até as 11 da manhã. Os estabelecimentos só poderão receber um cliente para cada dez metros quadrados e serão obrigatórios: uso de máscara no interior da loja, medição de temperatura na entrada da loja, higienização de carrinhos e mãos dos clientes e álcool 70% para uso de clientes.
Entidades empresariais criticam decreto municipal com novas medidas restritivas
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR) informa que foi surpreendida, assim como as demais entidades empresariais, pelo Decreto Municipal 16.422/2020, que traz novas medidas restritivas para Volta Redonda. Segundo a CDL-VR, o Governo Municipal mais uma vez não ouviu as entidades que representam os setores envolvidos, reduzindo o horário de funcionamento dos bares e restaurantes, limitando até às 20h, apesar desses estabelecimentos estarem cumprindo as medidas sanitárias de prevenção a Covid-19.
A CDL-VR lembra que esse é um segmento, no qual, a maioria trabalha com reservas, que respeita o limite de mesas, o distanciamento social e que cumpre o horário já previsto. A entidade ressalta que, ao invés de fiscalizar e punir quem descumpre as medidas, o Poder Público puniu a todos, incluindo quem segue rigorosamente todas as medidas.
As entidades são a favor de reforçar a fiscalização, manter as medidas preventivas, de ampliar o horário do comércio, como foi feito na capital carioca, para evitar aglomerações, no caso dos segmentos de varejo, e de não proibir restaurantes e bares de fecharem antes de meia-noite, uma vez que esses estabelecimentos têm em sua maioria o atendimento voltado para o serviço de jantar.
Ressaltam ainda que depois de quase 80 dias fechados, muitos ainda lutam para superar os prejuízos provocados pela pandemia, além de se readaptarem com novos cardápios, redução no número de clientes e implementação do sistema de delivery.
Para as entidades, existem saídas para o funcionamento do comércio em geral, que podem ajudar a salvar vidas e empregos, e que evitam num mês importante para todos os setores, o fechamento de tantos segmentos que movimentam a economia. Para a CDL de Volta Redonda, o consenso será sempre mais eficiente, trazendo mais segurança, e o melhor caminho é o diálogo.
“A CDL desde o início sempre investiu em campanhas de conscientização, orientou seus associados, prezou pela prevenção e por um horário mais flexível, que ajuda a evitar aglomerações. E sempre foi contrária ao fechamento do comércio. Sempre estivemos dispostos a conversar e apresentamos propostas discutidas com várias outras entidades, mas não fomos ouvidos. Mais uma vez fomos surpreendidos, infelizmente, e continuamos discordando dessas decisões unilaterais “, afirmou Gilson de Castro, presidente da CDL de Volts Redonda.