Cerca de 50 agentes, entre policiais civis da 88ª DP (Barra do Piraí) e de outras delegacias da região, além de militares do 10º BPM, deflagram no fim da madrugada desta sexta-feira (30), a operação “Asfixia”, com foco no combate ao tráfico de drogas nos bairros Muqueca, Maracanã e Grota do Neném. A ação contou com 25 viaturas e apresentou o seguinte balanço: nove presos em flagrante, apreensão de uma arma calibre 22, 105 pinos de cocaína, 4 pedras de crack, 34 sacolés de maconha e 18 celulares.
A partir de um relatório de inteligência elaborado pelo GAP (Grupo de Apoio aos Promotores) e complementado pela 88ª DP, foram concedidos 17 mandados de busca e apreensão para endereços em Barra do Piraí, após representação do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
O delegado titular da 88ª DP, Antonio Furtado, esclareceu que os traficantes foram monitorados durante cerca de três meses e, na investigação, surgiram indícios dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção de menores. A operação “Asfixia”, segundo o delegado, teve como objetivo a apreensão de drogas, armas, munições e instrumentos usados na prática de delitos, inibindo ações da facção criminosa que atua nas localidades e obtendo elementos para identificar, bem como prender seus integrantes.
Após a prisão de um gerente do tráfico do bairro Muqueca, de 34 anos, em 2022, verificou-se que sua companheira, de 33 anos, assumiu o comando da organização criminosa que, inclusive, alicia adolescentes. Furtado esclareceu que a mudança de liderança intensificou a venda de entorpecentes na localidade.
– As Polícias Civil e Militar não são apenas forças de segurança. São forças cidadãs. A operação “Asfixia” visa desarticular o tráfico de drogas, evitando a venda tanto no Muqueca, quanto em bairros vizinhos, abastecidos por essa facção, que não hesita em corromper, viciar nossos jovens e até matar para garantir seus lucros sujos – afirmou Furtado.
O relatório apurou que desde 2022 até o momento, ao menos 10 traficantes atuam no bairro, alguns presos em ações policiais anteriores, além de 4 adolescentes, um deles morto no mês passado, num acidente de moto após perseguição policial.
– Chama a atenção que o único limite que estes traficantes conhecem é a repressão das forças policiais, com o trabalho eficiente e indispensável do MPRJ e da Justiça. Os marginais além de usarem jovens de 14 a 16 anos para o tráfico no bairro Muqueca, ainda se aproveitam de um homem de 28 anos, com problemas mentais, para a prática da atividade criminosa – comentou o delegado.
O capitão Santana, do 10° BPM, que coordenou junto com o tenente Brito a atuação dos policiais militares, comemorou o resultado alcançado.
– O saldo da operação demonstra que Barra do Piraí tem lei, ordem, polícias preparadas para a missão que desempenham e intolerantes com bandidos que aterrorizam pessoas de bem, viciam seus filhos e matam quem se opõe aos seus objetivos – disse.
Os suspeitos de tráfico presos em flagrante responderão também por associação, cujas penas podem chegar a 25 anos de prisão. Um inquérito será instaurado para apurar os autores do crime de corrupção de menores, com pena de 4 anos de detenção. Aos adolescentes envolvidos podem ser aplicadas medidas socioeducativas de até 3 anos de internação.
– A operação Asfixia não é um recado para os traficantes, mas uma atividade integrada e qualificada de repressão que demonstra que não mediremos esforços para tirar delinquentes perigosos das ruas, inibir suas ações e devolver a paz ao povo. Estamos aqui para incomodar os traficantes ao máximo, prendê-los e assim frear seus crimes. Outras operações policiais virão, em diversos pontos da cidade – concluiu Furtado.