Morreu nesta segunda-feira, aos 91 anos, o ex-dirigente do Volta Redonda Futebol Clube, Ialdo Sthéfano Coutinho. Ele tinha 91 anos. Ialdo estava internado havia cerca de três semanas no Hospital Santa Cecília, em razão de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). O corpo será sepultado no Portal da Saudade, mas o horário ainda não havia sido definido até o momento desta publicação.
Ialdo Coutinho, chamado pelos amigos de “Cobríssima”, trabalhou no Voltaço entre as décadas de 1970 e 1980, numa época em que a falta de recursos era a rotina no clube. Então dirigente do Flamenguinho, da Vila Americana, ele foi levado para o Esquadrão de Aço pelo médico Guanayr de Souza Horst, após a fundação do clube, em 1976.
Ex-funcionário da Companhia Siderúrgica Nacional, Ialdo também foi taxista e trabalhou com a venda de carros usados. Morador do Limoeiro, ele marcou sua passagem no Voltaço pela dedicação ao clube, tanto ao elenco profissional quanto às divisões de base.
Numa época sem dirigentes remunerados, Ialdo descobriu vários jogadores para o clube, como Edinho, Adelson e Adílton. “Gastava seu próprio combustível para procurar jogadores sem cobrar um tostão do clube”, lembra o radialista Manoel Alves, hoje radicado em Portugal, que foi um dos principais amigos de Ialdo no meio esportivo. Ialdo conduziu negociações que permitiram ao Volta Redonda contratar jogadores que tiveram passagens exitosas no Tricolor de Aço, como Ruço (que se destacou pelo Madureira e brilhou no Corinthians) e Ely Mendes, que trouxe do futebol mineiro.
A maior aposta – Foi ele também o responsável pela decisão do clube de contratar, em 1981, o meia atacante Amauri, do América-MG. Para tanto, passou alguns dias em Belo Horizonte observando o jogador, que foi, inicialmente, emprestado ao Tricolor de Aço. O bom desempenho de Amauri no Campeonato Carioca daquele ano levou a torcida do Volta Redonda a iniciar uma campanha para adquirir o passe do atleta por Cr$ 1 milhão (de cruzeiros). Para isso, foi criado um “livro de ouro”, assinado por torcedores que doavam alguma quantia para o clube. Amauri (que no Rio também atuou pelo Fluminense) acabou sendo negociado meses depois para o Vasco, por nada menos que Cr$ 18 milhões (de cruzeiros). O jogador conta que recebeu Cr$ 1 milhão.
Ialdo trouxe também treinadores que tiveram boas passagens pelo Voltaço, apesar dos tempos de vacas magras, como João Francisco (que foi com ele observar Amauri nos treinos) e Luiz Alberto, que, mesmo após deixarem o clube, mantiveram com ele contatos frequentes pela amizade que se estabeleceu.
Ao mesmo tempo, Ialdo tinha uma relação praticamente paternal com as divisões de base. Era comum ele dar dinheiro de seu próprio bolso para que os garotos pudessem pagar o transporte a fim de participar dos treinamentos.
Apesar de sua inegável paixão pelo Volta Redonda, Ialdo acabou deixando o clube no início da década de 1980, quando começou a se sentir desprestigiado pelos administradores do clube. (Foto: FOCO REGIONAL – 01/05/2013)