Moradores de Volta Redonda realizaram na manhã deste domingo (21) uma manifestação contra a poluição gerada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda. Eles se concentraram na Praça Brasil, na Vila Santa Cecília, e, depois, partiram em caminhada até o antigo escritório central da empresa, também na Vila. Ali, os participantes deram as mãos em volta de todo o edifício.
A manifestação foi organizada pelo Movimento Sul Fluminense Contra a Poluição. A maioria dos cartazes e faixas exibidos pelos participantes reclamava dos danos à saúde dos moradores causados, principalmente, pelo pó preto gerado pela Usina Presidente Vargas. Eles ainda divulgaram um manifesto cobrando uma intervenção no Inea (Instituto Estadual do Ambiente). O órgão ambiental do estado é acusado de não fiscalizar a emissão de poluentes da siderúrgica.
A manifestação foi idêntica à realizada no ano passado, nesta mesma época, quando a escassez de chuva evidencia mais a emissão de partículas de minério em praticamente toda a cidade. No mês passado, a CSN encaminhou ofício à prefeitura de Volta Redonda informando que decidiu reduzir a produção de sínter para reduzir a emissão do pó. A empresa destacou que vem realizando “reformas intensivas e programadas nas três sinterizações da Usina Presidente Vargas, principais responsáveis pelas emissões de partículas sedimentáveis”.
Posição – Também neste domingo, a CSN divulgoiu nota na qual afirma, com base no Ministério da Saúde, que a qualidade do ar em Volta Redonda equivale ao de outras cidades da região. Cita ainda que, com base no mesmo sistema, Volta Redonda não faz parte do “alerta vermelho” da pasta. Veja íntegra do que foi divulgado.
“Os dados do sistema ‘Vigiar’, do Ministério da Saúde, indicam que a qualidade do ar de Volta Redonda está no mesmo padrão dos demais municípios da sua região, como Barra do Piraí, Piraí, Pinheiral, Rio Claro, Paracambi, Mendes e Barra Mansa. O mesmo sistema mostra que a qualidade do ar de Volta Redonda é melhor do que a de uma centena de municípios de São Paulo, incluindo a própria capital, e até mesmo de cidades em plena Amazônia, como Apuí, Humaitá e diversas outras.
Volta Redonda não faz parte da lista de cidades em ‘alerta vermelho’ do sistema ‘Vigiar’ do Ministério da Saúde, que engloba uma centena de municípios do país neste nível de alerta. O sistema deste ministério aponta, inclusive, que o número estimado de mortes por possível material particulado em Volta Redonda é quase a metade do índice de uma cidade como São Paulo.
Vale ressaltar que os dados do programa ‘Vigiar’ são obtidos por estimativas indiretas, e não por medição direta no local, como faz o INEA. Quanto às partículas sedimentáveis, conhecidas como pó preto, elas não fazem parte dos parâmetros da OMS que definem a qualidade do ar, por serem partículas maiores, que não afetam a qualidade do ar ou a saúde das pessoas, pois não são inaláveis. Contudo, a CSN está realizando uma ampla modernização nas suas operações, visando à redução das emissões de partículas sedimentáveis com investimentos comprovados de R$ 1,3 bilhão de reais, mais do que quatro vezes o montante inicialmente previsto no TAC (R$ 300 milhões).” (Fotos: Divulgação)
Atualizada às 15h57min