A “voz marcante” da TV brasileira silenciou definitivamente neste domingo (18). O apresentador, dublador e locutor João Baptista Bellinaso Neto, que se tornou nacionalmente conhecido através da Rede Globo como Leo Batista, morreu aos 92 anos de idade. Ele estava internado no Hospital Rios D’Or, onde teve diagnosticado um tumor no pâncreas.
Após a morte de Cid Moreira, no ano passado, Leo Batista se tornou o funcionário mais antigo da emissora carioca, onde ingressou em 1970 para se tornar uma das figuras mais populares e queridas do meio jornalístico.
Nascido em Cordeirópolis (SP), em 22 de julho de 1932, Leo começou na locução ainda adolescente no serviço de alto-falantes de sua cidade natal. Acabou contratado pela Rádio Clube de Birigui, onde transmitiu jogos de futebol, solenidades cívicas e programas de auditório. Depois, foi para a Rádio Difusora de Piracicaba. Passou a acompanhar e narrar os jogos do time local.
Em 1952, Leo foi para o Rio de Janeiro concorrer a uma vaga na Rádio Clube do Brasil, mas em vez disso, foi contratado pela Rádio Globo, para trabalhar como locutor e redator de notícias no programa “O Globo no Ar”, comandado por Raul Brunini. Sua estreia como locutor esportivo na emissora aconteceu em uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã.
A partir da edição de 1950, Leo participou de todas as Copas. Ao vivo ou na retaguarda, atuou também em Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos. “Não perdi mais nada”, disse ele em uma entrevista.
Ele foi um dos que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha, em 1953. Ainda pela Rádio Globo, Leo Batista entrou para a história em 1954, sendo o primeiro radialista a noticiar o suicídio de Getúlio Vargas.
A TV Globo – Em 1955, ele acabou contratado pela TV Rio, onde, por 13 anos, comandou um dos noticiários de maior sucesso na televisão. Chegou à TV Globo em 1970 e logo se destacou devido ao seu estilo descontraído. Logo após a Copa, teve que substituir Cid Moreira em uma edição do Jornal Nacional. Ele se saiu bem e foi contratado em definitivo.
Seu rosto e sua voz marcante ficaram mais populares a partir de 1978, na apresentação do Globo Esporte. Mas, antes, inaugurou o Jornal Hoje, em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes. Também participou do Globo Rural e narrou os gols da rodada no Fantástico.
Disse que nunca parou de trabalhar: “Se arranjarem uma metralhadora, com bala de verdade mesmo, que não falhe, para me dar uma rajada, de repente eu paro de trabalhar. Mas, se não for assim, não paro, não”.
Torcedor do Botafogo, Leo foi casado com Leyla Chavantes Belinaso, que morreu aos 84 anos, em janeiro de 2022. (Foto: TV Globo)