Incêndio que matou 3 crianças em Paraty foi proposital e causado por ciúmes

A perícia descartou a possibilidade de ter havido curto circuito na casa. O Delegado de Paraty, Dr. Marcelo Russo, confirmou na madrugada deste sábado (25), que após laudo pericial, ouvir sete testemunhas – incluindo a babá e a avó das crianças – e ouvir depoimento do acusado, pode afirmar que o incêndio foi criminoso.

De acordo o delegado, o crime foi motivado por ciúmes. O objetivo do acusado era viver com a mulher sem interferência das crianças, que já temiam o padrasto. Ainda segundo o delegado, o objetivo do suspeito era fazer parecer que uma das crianças – que era levada – tivesse colocado fogo acidentalmente em um colchão. Além das três mortes, a mãe das crianças, Dara Cristina de Almeida Santos Souza, de 25 anos, foi socorrida e levada para o Hospital Municipal Hugo Miranda, em Paraty. Ela foi a única sobrevivente do incêndio. Segundo os bombeiros, ela inalou muita fumaça. Durante a tarde, ela foi transferida ao Hospital da Praia Brava, onde apresentou alguma melhora.

Marcelo Russo disse que as penas pelos três homicídios e pela tentativa de feminicídio, podem, juntas, somar mais de 100 anos de prisão.

O autor do crime, identificado apenas como Fernando, é de São Paulo e está há sete meses em Paraty. O relacionamento com Dara tinha apenas três meses. Na sexta-feira, dia do incêndio, o homem saiu de casa e seguiu até um bar próximo, onde comprou isqueiro e um maço de cigarro. Na volta para casa, por volta das 6h30, ele deixou a mulher no banheiro e incendeou um colchão de casal na porta de casa, como forma de bloquear a saída. Depois, ele saiu para o trabalho, numa padaria do bairro.

O enterro das crianças vai acontecer no sábado (25), às 10h, no Cemitério Municipal de Paraty. Elas foram identificadas como como Marya Alice de Almeida Santos da Conceição, de quatro anos, Cauã de Almeida Santos da Conceição, de cinco anos, e Marya Clara de Almeida Santos, de sete anos.