A polícia irá pedir a prisão preventiva do homem, de 36 anos, apontado como autor do incêndio que matou três crianças em Paraty, na sexta-feira (26). Ele foi transferido para a Cadeia Pública Franz de Castro, em Volta Redonda, cidade vizinha, e, nesta segunda-feira (27), será apresentado ao juiz em uma audiência de custódia, onde será decidido os rumos de sua prisão.
Segundo o delegado Marcelo Russo, titular da 167ª DP (Paraty), responsável pelas investigações do caso, o homem é apontado como uma pessoa fria, que queria a mulher, Dara de Almeida Santos de Souza, de 25 anos, exclusivamente para ele. Segundo o delegado, ele não chorou ou demonstrou qualquer arrependimento e foi motivado por ciúmes, tanto é que deixou a Dara protegida dentro do banheiro da casa, resguardada do fogo.
Ainda de acordo com o delegado, o homem já indicava que poderia incendiar o casarão. Dois dias antes do crime, ele esteve na casa da sogra, e comentou que um dia eles chegariam em casa e veriam o Corpo de Bombeiros com todo mundo morto, tudo isso tentando jogar a culpa no enteado, de 5 anos, que ele dizia ser bagunceiro. Na sexta-feira, ele deixou um colchão de casal pegando fogo na porta de saída da casa, para impedir a passagem das crianças, em uma tentativa de fuga.
Ele vai responder por crimes com penas que podem chegar a mais de 100 anos de prisão: homicídios qualificados por emprego de fogo e ampliados pelo fato das vítimas terem menos de 14 anos, tentativa de feminicídio contra a mãe das crianças, hospitalizada, com dolo eventual, e ainda por crime de incêndio em local habitado. Dara está internada no Hospital da Praia Brava, em Angra dos Reis, onde teve uma melhora no quadro de saúde, mas ainda inspira cuidados por ter inalado muita fumaça, que afetou os dois pulmões. Ela ainda não sabe da morte dos filhos.
O sepultamento dos irmãos Marya Alice de Almeida Santos da Conceição, de 4 anos, Cauã de Almeida Santos da Conceição, de 5, e Marya Clara de Almeida Santos, de 7, reuniu cerca de 200 pessoas no Cemitério Municipal de Paraty.