O avanço da ciência médica tem proporcionado novos caminhos para o tratamento de diversas doenças e lesões, e a medicina regenerativa se destaca como uma das áreas mais inovadoras. No Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA), essa realidade está cada vez mais próxima, graças à iniciativa pioneira da instituição. Precursor dessa abordagem na região, o cirurgião ortopedista Dr. Luiz Fernando Barreiros, junto com seu irmão, o também cirurgião Luiz Eduardo Barreiros, explica que essa especialidade não se limita a tratar sintomas, mas busca as causas das doenças e utiliza tecnologias e componentes biológicos para reparar, substituir ou regenerar tecidos danificados.
A medicina regenerativa já apresenta aplicações em diversas áreas da saúde, como ortopedia, dermatologia, neurologia, cardiologia e urologia. Essa abordagem se apoia em três pilares fundamentais:
Entre os avanços recentes, estão os ortobiológicos, produtos orgânicos extraídos do próprio paciente, como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP), o Aspirado de Medula Óssea (BMA), o Concentrado do Aspirado de Medula Óssea (BMAC) e a Fração Estromal Vascular (SVF), obtida do tecido adiposo. Essas técnicas oferecem um alto potencial de regeneração e cicatrização. “A viscossuplementação com ácido hialurônico, o laser de alta intensidade, a terapia por ondas de choque e a neuromodulação são algumas das tecnologias que impulsionam essa revolução na medicina”, completa o especialista.
Para realizar os procedimentos regenerativos é fundamental o conhecimento da ultrassonografia intervencionista músculo esquelética que permite a identificação precisa do tecido alvo a ser tratado, como por exemplo: tendões, ligamentos, nervos, meniscos, entre outros. Além disso, a ultrassonografia não possui radiação ionizante como a tomografia e a fluoroscopia.
”Saber exatamente a posição da agulha em um procedimento invasivo, não só permite melhores resultados como também, evita lesões de estruturas nobres localizadas perto do alvo a ser tratado. Fazer infiltrações às cegas não deveria ser mais permitido, justamente por esses riscos”, comenta Dr. Luiz.
As indicações da medicina regenerativa crescem a cada ano. No tratamento de doenças musculoesqueléticas, tem sido aplicada com sucesso na recuperação de artroses, lesões tendinosas, ligamentares, meniscais e musculares, além de atuar na cicatrização de feridas crônicas causadas por diabetes e insuficiência vascular. “Os resultados são sensacionais, reduzindo dores, modulando inflamações e melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, destaca Dr. Barreiros.
Essa abordagem também está sendo integrada a tratamentos convencionais, evitando ou postergando cirurgias e reduzindo o uso de medicamentos com efeitos colaterais graves. A ultrassonografia intervencionista musculoesquelética, por exemplo, tem sido fundamental para garantir a precisão nos procedimentos regenerativos.
Apesar dos avanços, a medicina regenerativa ainda enfrenta desafios, como a falta de conhecimento sobre o tema, tanto entre os profissionais da saúde quanto na sociedade em geral. Para o Dr. Barreiros, no entanto, os resultados positivos falam por si. “A medicina regenerativa mudou minha vida como médico e como pessoa. Estamos na Era Celular, e muitas cirurgias serão revistas ou potencializadas com essas novas terapias”, afirma.
Agora, essa inovação chega ao Hospital da FOA (H.FOA), que será pioneiro na implementação de um serviço hospitalar voltado à medicina regenerativa. O projeto conta com o apoio do presidente da FOA, Eduardo Prado, e da diretora médica do H.FOA, Dra. Luciana Guimarães. “O brilho nos olhos deles, o respeito e o encanto pelos avanços dessa área me convenceram a aceitar esse convite. Não tenho dúvidas de que será um sucesso”, finaliza Dr. Barreiros.