A greve dos trabalhadores da Triecon, empresa integrante do Consórcio Barra Mansa, operador do transporte coletivo na cidade, iniciada na manhã desta segunda-feira (15), deixa sem ônibus cerca de 15 mil pessoas. O número se refere a passageiros pagantes e transportados diariamente pela empresa, responsável pela operação em 22 linhas municipais da cidade.
Numa iniciativa espontânea, sem a participação do sindicato da categoria, os rodoviários decidiram parar em protesto contra o pagamento de apenas 60% dos salários de fevereiro – a exemplo do que ocorreu nas demais empresas da região, que alegam dificuldades financeiras por diversas razões, entre elas a queda no número de passageiros transportados devido à pandemia de Covid-19, alto número de gratuidades, reajustes frequentes do óleo diesel e congelamento de tarifas.
A paralisação em Barra Mansa ficou restrita à Triecon. Os ônibus das demais empresas de transporte de passageiros que atuam nas linhas municipais – Colitur, Penedo e Falcão – circulam normalmente.
Uma assembleia está marcada para a quarta-feira (17), no Sindicato dos Rodoviários de Barra Mansa, para tratar da questão relacionada ao restante dos salários de fevereiro. No entanto, até o momento desta publicação, os funcionários da Triecon não haviam retornado ao trabalho nem dado sinais de que pretendem retornar ao serviço até lá.
Num ofício enviado à prefeitura de Barra Mansa, direcionado ao prefeito Rodrigo Drable e ao secretário de Ordem Pública, William Silva Pereira, o consórcio afirma que a paralisação na Triecon é ilegal, pois desrespeita a Lei de Greve (7.783, de 28 de junho de 1989), a qual estabelece que, em tratando de serviço essencial, a paralisação teria de ser comunicada aos empregadores e usuários com no mínimo 72 horas de antecedência. No documento, em que pede a intervenção do poder público para uma solução, é ressaltado que nesta quarta haverá assembleias referentes a outras empresas associadas ao Sindpass (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), “pois todas as empresas de ônibus estão passando por dificuldade financeira”.
A Secretaria de Ordem Pública confirmou na tarde desta segunda-feira que já entrou em contato com a empresa e está discutindo com a Coordenadoria de Trânsito e Transporte (Coortran) uma solução para o impasse. “A prefeitura reforça que este tipo de ação não pode ser realizado de forma isolada, deixando o usuário sem condição de transporte. A lei permite que o protesto seja feito, mas respeitando a circulação de, no mínimo, 30% da frota, para que seja garantido o direito da população, e obedecendo às normas para a realização, comunicando com 72 horas de antecedência”, informou a prefeitura.