Um grupo de cerca de 30 ex-funcionários realizou no final da madrugada desta sexta-feira (13) uma manifestação na entrada da garagem da Viação Sul Fluminense, no bairro Voldac, em Volta Redonda. O ato atrasou a saída dos ônibus da empresa, o que começa a ocorrer às 4h20. Alguns chegaram a se deitar na frente do portão por onde os ônibus deixam a empresa. A Polícia Militar foi chamada e garantiu a saída dos veículos.
O protesto foi motivado, segundo áudios que circulam em redes sociais, ao não pagamento de direitos trabalhistas dos que foram demitidos, o que foi negado pelos administradores da empresa – que está sob intervenção judicial desde setembro deste ano.
Luiz Mora, um dos interventores, classificou a manifestação de inadequada, porque prejudicam é a população. Ele negou que a empresa não esteja pagando as verbas rescisórias das demissões efetuadas no início deste mês. De acordo com o interventor, foram 254 cortes e outros 56 que aderiram ao programa de demissão apresentado pela empresa.
– Não pagamos, na verdade, apenas o direito de complementação salarial porque a empresa hoje não tem dinheiro. A empresa hoje de forma negativa financeiramente. Mas vamos pagar – garantiu.
Mora afirmou que a viação tinha excesso de pessoal. “Havia uma relação de 10 funcionários por carro, quando o ideal é quatro. Nós vamos mostrar o que era antes esta empresa e o que será depois”, acrescentou, frisando que a empresa pagou os salários de novembro e o 13º dos funcionários.
Em maio deste ano, a Viação Sul Fluminense teve cassada, por quebra de contrato, a concessão para operar nas linhas urbanas, pelo prefeito Samuca Silva. Desde então, o governo municipal tenta realizar a licitação das linhas. O edital de licitação, no entanto, foi devolvido pelo Tribunal de Contas do Estado. A prefeitura recorreu, então, a um chamamento para um contrato de emergência a fim de substituir a empresa até a licitação, mas esta medida – embora autorizada pelo TCE – foi suspensa devido a outra decisão judicial.
De acordo com ele, em setembro a Sul Fluminense tinha 996 funcionários, além mais de 300 licenciados pelo INSS. Atualmente, são cerca de 550, após as demissões. “Não teremos novas demissões”, frisou.
O interventor admitiu que o serviço que está sendo prestado ainda não é o esperado pelos usuários – a Sul Fluminense opera a maioria das linhas urbanas em Volta Redonda. Disse ele que, com carros recuperados e comprados, a Sul Fluminense opera hoje com 85 veículos, mas há previsão da chegada de outros 25 para atingir os 110 necessários para o atendimento satisfatório à população.