O prefeito Samuca Silva afirmou nesta terça-feira (2) que ainda não é possível mudar o horário de funcionamento do comércio varejista em geral. Desde que as atividades foram retomadas, no último dia 11, os estabelecimentos estão autorizados a funcionar de 14 às 22 horas.
O horário desagradou as entidades empresariais, que iniciaram uma campanha reivindicando que o comércio possa funcionar de 12 às 18 horas, de segunda a sexta, e de 9 às 13 horas, aos sábados. As entidades consideram que o horário fixado é ruim porque não há segurança nem para os comerciantes nem para os consumidores para permanecerem abertos até o horário permitido.
Samuca, em entrevista ao programa Dário de Paula, na Rádio Sul Fluminense, confirmou que a reunião com o Ministério Público estadual (MPRJ) para ajustes na flexibilização, iniciada no dia 4 do mês passado, será às 17 horas desta quarta-feira (3), e que, entre as propostas, está a de que o comércio possa abrir a partir de 12 horas, mas somente a partir do próximo dia 10.
“Nossa flexibilização está sendo sustentada”, defendeu o prefeito, que reclamou de as entidades não terem reconhecido o trabalho da administrar para conter a propagação do novo coronavírus, que, ressaltou, está salvando vidas. Quando foi mencionado que as entidades não concordam com o horário estabelecido, Samuca respondeu: “Também não concordo com 36 pessoas morrerem na nossa cidade por causa do vírus e não concordo com mais de 30 mil mortes no Brasil”.
Na entrevista, o prefeito afirmou que cabe ao gestor municipal tomar decisões, mas ressaltou que há uma sentença judicial que o município tem que cumprir. “E qualquer ato que possa aumentar os casos na cidade vai fechar tudo de novo”, alertou.
Samuca, mais uma vez, defendeu o retorno de forma sustentável e salientou que não é possível comparar Volta Redonda com outras cidades da região. De acordo com o entendimento do prefeito, seria um risco fazer abrir o comércio na parte da manhã agora, em razão de ser este período o de maior movimentação nos bancos. Disse ainda que Volta Redonda foi a primeira, há 30 dias, a apresentar uma proposta de flexibilização.
“As pessoas têm de entender que o nosso compromisso primeiro é salvar vidas. Temos que ter a responsabilidade de ir soltando aos poucos para a nossa cidade ter o controle [do vírus]”, disse. Antes, ele já havia reclamado: “Não vi uma entidade gastar dinheiro para ajudar o município a colocar sabonete e papel nos lavatórios da cidade”. Ele disse enxergar até um “viés político” pelo não reconhecimento das medidas adotadas pelo governo para enfrentar a pandemia.
Ainda sobre a questão, o prefeito de Volta Redonda enfatizou que o país enfrenta não somente “uma crise financeira, mas também de saúde pública, política e administrativa”.
Ao mesmo tempo, ele agradeceu os comerciantes que aderiram às práticas de higienização, ajudando a mudar os hábitos da sociedade.
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