Alguns dos principais diretores da CSN estiveram nessa segunda-feira à noite no Hotel Bela Vista, em Volta Redonda, para apresentar ao prefeito Antonio Francisco Neto os planos da empresa para os próximos anos, envolvendo a Usina Presidente Vargas e o município de forma geral. A diretora de Sustentabilidade, Helena Guerra, mostrou o andamento do processo de modernização da planta local da empresa, bem como traçou algumas metas para serem atingidas até 2026. Com início das reformas e trocas de equipamentos nas principais estruturas da linha de produção de aço, a CSN pretende gerar cinco mil novos postos de trabalho na cidade até 2026.
A apresentação foi feita pela diretora, com participação do diretor-executivo de Siderurgia, Alexandre Lyra, e pelo diretor institucional e jurídico, Luiz Paulo Barreto. Depois de ações emergenciais adotadas pela CSN no ano passado para mitigar os efeitos do chamado “pó preto”, Helena Guerra confirmou que os trabalhos para modernização da cadeia produtiva da siderúrgica terão sequência neste ano. As sinterizações e as coquerias estão no centro do trabalho. Até julho, a expectativa é que parte dos novos equipamentos já estarão instalados e funcionando.
“A planta da empresa que vai fazer a instalação dos novos equipamentos, mais modernos e menos poluentes, já está instalada na usina. Até julho pretendemos começar a funcionar com essa nova realidade”, destacou Lyra.
Serão investidos mais de R$ 2 bilhões (parte dos recursos já está sendo aplicado) neste processo de modernização, que vai gerar cerca de cinco mil novos empregos na usina até o ano de 2026. O prefeito de Volta Redonda destacou a importância das ações para atender o anseio da população.
“Todos querem a CSN produzindo mais e poluindo menos. Estamos vendo que isso é possível e temos este compromisso firmado pela direção da empresa com nossa cidade. Estamos vendo as coisas acontecerem, vamos seguir atentos e cobrando melhorias, mas felizes por ver a empresa investindo na usina. Vai melhorar a qualidade de vida da nossa população e dos trabalhadores”, disse Neto.
Planejamento Imobiliário
Em outra parte da apresentação, a diretora Helena Guerra apontou alguns dos investimentos que a CSN pretende alavancar a partir de terrenos e imóveis da empresa em Volta Redonda. Apesar de em outras épocas o assunto já ter sido levantado, mas sem seguir adiante, Helena ressaltou que a presidência do grupo criou uma gerência específica para assuntos imobiliários, visando principalmente a cidade de Volta Redonda. A diretoria confirmou que há um planejamento para o Escritório Central e para o terreno do Aero Clube, nos moldes já anunciados em outras reuniões com o prefeito. O prédio localizado na Vila Santa Cecília passará por um “retrofit”, para abrigar salas comerciais e outros empreendimentos, enquanto o terreno abrigará um misto de conjunto habitacional com espaços comerciais.
Uma novidade foi a revelação de que a CSN pretende entrar pesado no mercado de venda de imóveis residenciais. Helena Guerra destacou que dois terrenos da empresa (localizados na área do Belvedere e Vila Rica) serão ocupados por prédios de apartamentos, visando principalmente a nova classe média. A ideia, segundo a diretora, é aproveitar os subsídios ofertados pelo Governo Federal dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida” dentro das faixas 2 e 3 (com famílias que ganham entre R$ 2,6 mil a R$ 8 mil).
“Percebemos que há uma carência neste ramo imobiliário em Volta Redonda e vamos atuar. A presidência do grupo quer estes estudos prontos o mais rápido possível”, disse Helena.
Meio Ambiente
A mudança na legislação ambiental do estado do Rio, provocada a partir das reuniões travadas no Rio de Janeiro desde julho de 2023, também vai mudar a dinâmica das estações que medem a qualidade do ar em Volta Redonda. A CSN comprou e vai doar ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) quatro coletores para medir a emissão do “pó preto”, que a partir de agora está oficialmente incluído na lista de materiais a serem analisados pelos órgãos ambientais. Os coletores, segundo Helena Guerra, devem entrar em funcionamento já em fevereiro.
Sobre a pilha de escória que fica às margens do Rio Paraíba do Sul, a diretora da CSN apresentou um balanço sobre a entrada e retirada de material do local. O mesmo estudo foi apresentado aos órgãos ambientais e ao Ministério Público Federal, segundo informado na apresentação. A direção da CSN apontou que não há risco de desastres ambientais relacionados à pilha, mas reafirmaram que todos os acordos feitos para desmobilização da área estão e serão cumpridos.
“Esse diálogo é importante, essa apresentação torna a relação da CSN com a cidade mais transparente. A partir disso, temos mais instrumentos para fiscalizar, cobrar e informar nossa população do que está sendo feito”, disse o prefeito.