Dois dias depois de ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez nesta terça-feira (1º) à tarde um curto pronunciamento. Depois de agradecer a votação que recebeu, ele disse “manifestações pacíficas são bem-vindas” e criticou as que impedem o direito das pessoas “de ir e vir”.
– Quero começar agradecendo aos 58 milhões de brasileiros que votaram em mim – disse ele ao iniciar sua fala, que estava escrita. Não houve citação ao nome de Lula. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, acrescentou.
E continuou: “Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”.
Bolsonaro também destacou a votação que candidatos da direita obtiveram nas eleições deste ano, ampliando a participação na Câmara dos Deputados e no Senado. Ao final do pronunciamento, ele se retirou sem falar com a imprensa.
Lula obteve no último domingo (30) 60,3 milhões de votos, contra 58,2 milhões de Bolsonaro. Assim que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarou a vitória de Lula, diversos líderes mundiais reconheceram a vitória do petista, entre os quais Joe Biden (Estados Unidos), Rishi Sunak (Reino Unido), Alberto Fernández (Argentina), Vladimir Putin (Rússia), Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal), Olaf Scholz (Alemanha) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia).
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, dará início a transição de governo junto ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). (Foto: Reprodução)