O Banco do Brasil informou neste sábado (19) que concedeu mais de R$ 600 milhões em empréstimos do programa “Crédito do Trabalhador”, que permite empréstimos consignados com carteira de trabalho assinada. De acordo com o banco, as operações de crédito foram contratadas em mais de três mil cidades.
O programa passou a funcionar no último dia 21. O Crédito do Trabalhador permite empréstimos consignados para 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de MEIs. Segundo dados fornecidos pela DataPrev ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o programa ultrapassou R$ 1,28 bilhão em empréstimos na quinta-feira (27), ou seja, nos primeiros sete dias de vigência.
A contratação é feita exclusivamente pelo app da Carteira de Trabalho Digital, que envia os dados do trabalhador (nome, CPF, salário e tempo de empresa) às instituições financeiras habilitadas pelo governo federal. A partir da análise, o trabalhador recebe ofertas em até 24 horas e escolhe a mais vantajosa.
As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, respeitando a margem consignável de até 35% do salário. Caso o trabalhador seja demitido, poderá usar até 10% do saldo do FGTS ou 100% da multa rescisória como garantia. O valor restante será cobrado no novo vínculo empregatício.
Cancelamento e migração – O trabalhador tem até sete dias corridos após o recebimento do crédito para cancelar o empréstimo, com devolução integral do valor à instituição financeira. A partir de 25 de abril, será possível também migrar para uma proposta mais vantajosa, mesmo após a contratação inicial. Além disso, quem já tem um consignado poderá transferir o contrato para o novo modelo do programa a partir da mesma data.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o crédito consignado no setor privado já soma 3,8 milhões de contratos, com mais de R$ 40 bilhões contratados. A expectativa do governo federal é que, em quatro anos, cerca de 25 milhões de trabalhadores tenham acesso ao Crédito do Trabalhador, impulsionando a inclusão financeira com juros mais baixos.
A partir de 25 de abril, todas as instituições financeiras interessadas poderão oferecer a linha também por meio de seus canais digitais. Já a portabilidade de crédito estará disponível a partir de junho de 2025. A reportagem é do g1. (Foto: Agência Brasil / Rafa Neddermayer)